terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Doria promete gerir SP como empresário e diz que ouviu ‘recado das urnas’

Em seu discurso de posse, nesta terça-feira (1°) o novo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu renovar a política do estado, governar para todos e gerir o ente da federação mais populoso e mais rico do Brasil como um empresário. Ele estava acompanhado do vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM).

“Respeitarei sempre o sentimento parlamentar e partidário, mas acima de tudo o interesse do povo”, afirmou na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), depois de ser empossado ao cargo. Segundo o tucano, a educação, a saúde e a segurança pública serão as três prioridades de seu governo. E garantiu que não haverá áreas de “escanteio” na sua gestão.

“Vamos colocar mais tecnologia, mais inovação em todas as áreas: no agronegócio, na indústria, nos serviços. Vamos incentivar as start ups, o turismo, o artesanato, a gastronomia, o esporte e a cultura”, prometeu ele.

Doria também elogiou o Poupatempo e afirmou que vai igualar o padrão paulista ao desse serviço. “Temos o dever de colocar o padrão paulista no padrão Poupatempo, que é exemplar, é uma referência internacional, que funciona bem, é prestativo, limpo, pontual. As pessoas que trababalham lá o fazem com alegria e têm quase 100% de aprovação da população”. “Este será o novo padrão de serviços do estado de São Paulo”, garantiu.

Recado das urnas

O governador João Doria aproveitou o discurso de posse para falar que o recado das urnas “foi muito claro”. “Não há mais espaço para governos apenas de políticos e partidos. Devemos fazer um governo que a população deseja com os políticos e com o partidos.”

Ele garantiu que a velha política, “das mordomias, dos cabides de emprego e do desperdício de dinheiro público”, não cabem nesse sentimento de mudança que a sociedade expressou nas eleições deste ano.

“Não esperem de mim alguém que vai ouvir pedidos espúrios ou movimentos equivocados. Não encontrarão ressonância ou um interlocutor para qualquer solicitação”, disse. “Será rachaçado imediamente”, garantiu Doria.

Visitas mensais à Alesp

João Doria prometeu que fará visitas mensais à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, para conversar com deputados estaduais de situação e de oposição. “Todo mês eu estarei aqui presente durante duras horas e meia, dialogando com todos os parlamentares”. “Quero, com isso, valorizar o diálogo, o contraditório e a prática democrática que aprendi com o meu pai”, disse Doria, acrescentando que fez o mesmo na Câmara Municipal de São Paulo, quando esteve à frente da prefeitura da capital paulista.

Outra prática que também será repetida como governador é a doação dos salários. Doria também afirmou que continuará morando na mesma casa em que já vive com a família e que o Palácio dos Bandeirantes será o “Palácio do Trabalho”. “Aqueles que se dirigem ao Palácio dos Bandeirantes, não esperem excesso de café, de água ou assentos em sofas. Tragam propostas reais de trabalho.”

Time, não. Seleção

Para João Doria, as pessoas escaladas para seu secretariado formam mais do que um time, e sim uma “seleção”. “Todos foram selecionados pela sua biografia, capacidade, experiência, vivência, energia e disposição em ajudar o povo de São Paulo“, disse. Mas fez uma ressalva: “[Eles, secretários] Deverão ser, além de honestos, altamente eficientes e criativos, mas se não forem, serão trocados”. “Como é no setor privado, também é no setor público”, explicou.

Ao concluir seu discurso de posse, Doria disse que, pela primeira vez na história, São Paulo terá um empresário à frente do governo, decidindo os destinos do estado.

Ainda se referindo a sua biografia como empresário, Doria afirmou que São Paulo estará focado na sua real responsabilidade, a de “não gastar recursos públicos em áreas que poderão ser melhor geridas pelo setor privado”.

Com isso, ele voltou a prometer, assim fez em sua campanha eleitoral, a criação de Parcerias Público-Privadas (PPPs), concessões e privatizações. “Sem medo de cara feia”, disse. “De cara feia eu não tenho medo, nem daqueles que estão no Legislativo, ou fora do Legislativo nem de quem está na cadeia”. “São Paulo vai mudar, tem comando e o comando será exercido pelo governador eleito do estado”, concluiu.

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