Durante sessão na Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira (29), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) falou em reprimir protestos no Brasil, caso as manifestações que têm ocorrido no Chile cheguem ao país. Ele afirmou que, se isso acontecesse, os manifestantes teriam que “se ver com a polícia” e, se houvesse uma radicalização, a “história iria se repetir”.
No entanto, o deputado não especificou a qual período histórico ele se referia. No discurso, em que ele respondeu a reportagem da revista IstoÉ, o deputado citou a esquerda como um entrave à democracia e a acusou de querer um terceiro turno das eleições.
“Aqui vija um Estado grande, onde essa galera está doida para voltar ao poder para mamar de novo nas estatais, para mamar de novo nos fundos de pensão. Então é isso que está acontecendo no Brasil. Não vamos deixar isso aí vir para cá. Se vier para cá, vai ter de se ver com a polícia. E se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir”, disse.
O parlamentar ainda destacou a economia chilena e elogiou as medidas realizadas pelo ministro José Piñera durante a ditadura de Augusto Pinochet, na década de 1980.
Para Eduardo, as medidas adotadas no país tiveram reflexos positivos e se consolidaram, impedindo que outros governos as alterassem. “Quando José Piñera fez as reformas nos anos 1980 sob a presidência de Pinochet, botou o Chile num círculo virtuoso que até hoje, mesmo quando entra uma esquerdista como a [Michelle] Bachelet no poder, ela não consegue alterar”, afirmou.
Em meio aos contínuos protestos, o ministro da Justiça do Chile, Hernán Larraín, admitiu ontem a possibilidade de violações dos diretos humanos por parte das forças de segurança, que têm reprimido as manifestações. Ele disse entender a “urgência de manter a ordem pública”, mas que não iria aceitar “violação aos direitos humanos dos chilenos”
O país receberia, nesta quarta-feira (30), uma missão de integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), liderada por Michelle Bachelet, ex-presidente do país e atual comissária da ONU, para monitorar a situação. No entanto, a ida foi adiada pelo grupo.
Até agora, segundo os órgãos oficiais do governo, foram registrados, entre os dias 19 e 27 de outubro, 20 mortos e 1.200 feridos, entre civis e policiais.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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