Com a apuração das urnas alcançando os 100%, a vitória de Alberto Fernández sobre Maurício Macri, que tentava a reeleição, já é certa. Fernández vence as eleições argentinas com cerca de 8% de vantagem sobre o atual mandatário – menos do que projetavam as pesquisas. O números das urnas apontaram que tanto o macrismo quanto o kirchnerismo ampliaram as votações em todas as regiões, o que indica um aumento da polarização política na Argentina.
Apesar disso, Fernández e Macri já deram o ponta-pé inicial da transição de Governo durante um café-da-manhã nesta segunda-feira (28), na Casa Rosada – a sede da Presidência. O presidente eleito reconhece a dificuldade do trabalho que terá com a economia e já projeta medidas polêmicas para tentar recuperar o setor, que deve terminar o ano com a inflação acima de 50%.
Kirchner, que será vice de Fernández, pediu para Macri “manter a responsabilidade na condução da economia até o dia 10 de dezembro”, data em que o peronista assume.
Relação com o Brasil
Em seu primeiro discurso, durante as comemorações da vitória ainda na noite de domingo (27), Alberto Fernández parabenizou o aniversário de 64 anos do ex-presidente Lula e puxou gritos de Lula Livre, sinalizando apoio ao ex-presidente brasileiro que está preso em Curitiba, no Paraná, desde abril de 2018.
A ação irritou o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que já anunciou que não pretende cumprimentar Fernández. “Lamento. Eu não tenho bola de cristal, mas eu acho que a Argentina escolheu mal. O primeiro ato do Fernández foi Lula Livre, dizendo que ele está preso injustamente, dizendo a que veio. Não pretendo parabenizá-lo. Agora, não vamos nos indispor. Vamos esperar o tempo para ver qual é a posição real dele na política, porque ele vai assumir, vai tomar pé do que está acontecendo e vamos ver qual linha que ele vai adotar”, declarou Bolsonaro.
Ele está preocupado, principalmente, com o futuro do acordo recém assinado entre o Mercosul e a União Europeia. Analistas argentinos consideram essa proximidade entre Lula e Fernández um possível “complicador” nas relações com Jair Bolsonaro.
*Com informações do repórter Roberto Lameirinhas
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