O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta sexta-feira (26) uma nova prorrogação, pelo menos até 17 de julho, da quarentena que está em vigor desde 20 de março em várias regiões do país devido à pandemia do novo coronavírus e usou o Brasil como exemplo de má gestão da crise sanitária.
As medidas serão especialmente reforçadas na região metropolitana de Buenos Aires, conhecida como Amba, onde tem acontecido um rápido aumento no número de casos.
“Em 1º de julho, vamos dar um passo mais severo. Vamos pedir a todos que se isolem novamente em suas casas e só saiam à procura de provisões necessárias para a vida diária”, declarou Fernández, em uma mensagem gravada na qual foi mostrado junto com o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, e o governador da província homônima, Axel Kicillof.
O foco das medidas será Buenos Aires, que já registrou 22.746 casos de coronavírus, e seu cinturão urbano populoso, no qual já foram notificadas 24.645 infecções. Em toda essa área, vivem mais de 14 milhões de pessoas. Também foi feita referência à província de Chaco, no norte do país, que já teve 1.755 casos. Em grande parte do restante do território argentino, a situação está mais controlada, e o estágio de reabertura será mantido.
“Nos últimos dias, a propagação do vírus aumentou exponencialmente em Amba. Então decidimos que devemos tomar medidas mais restritivas à circulação. Fazemos ccom apenas um objetivo: proteger a vida dos argentinos.”, escreveu Fernández no Twitter.
En los últimos días, el contagio del virus aumentó exponencialmente en el AMBA. Por eso decidimos con @KicillofOK y @horaciorlarreta que debíamos tomar medidas más restrictivas a la circulación. Lo hacemos con un solo objetivo: proteger la vida de los argentinos. pic.twitter.com/hR6X0Th1e9
— Alberto Fernández (@alferdez) June 26, 2020
Comparações com Brasil e Chile
O chefe de governo considerou que o trabalho feito em quase quatro meses, desde o começo da pandemia, não foi inútil, pois, segundo ele, permitiu preparar o sistema de saúde. Ele comparou, com gráficos, a situação da Argentina com outros países. “Se a Argentina tivesse seguido o ritmo do Brasil, hoje teria 10 mil mortes (foram 1.167 até agora). Olhe para o Chile, tem um terço dos habitantes da Argentina, veja a diferença, dez vezes mais mortes para cada milhão de habitantes”, enfatizou.
Atualmente, o Brasil tem quase 56 mil mortes pela doença e 1.274.974 de casos confirmados – foram mais 46 mil nesta sexta. “A quarentena é um remédio para a pandemia, o único que conhecemos. O que nos apaixona é a vida, não a quarentena”, acrescentou, referindo-se àqueles que se dizem sobrecarregados com a duração do isolamento e suas consequências econômicas.
*Com informações da EFE
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