Por 56 votos a 19, o plenário do Senado aprovou a reforma da Previdência em primeiro turno. Em um discurso após a análise do texto-base, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que as mudanças na Previdência são um tema delicado, porém necessário para o país. E destacou a importância da reforma.
“É a votação da consciência de um país que precisa ser reformado. E, sem dúvida, essa é a reforma mais importante do Estado. Sem ela, seria impossível fazermos outras. O Estado brasileiro hoje está capturado, sem condições de investimentos.”
Porém, a sessão terminou com um gosto amargo para o governo. A oposição, junto com senadores de centro, conseguiu aprovar o destaque que derrubava o trecho referente ao abono salarial. Pela proposta, teriam direito ao benefício apenas quem recebe até R$ 1.364 por mês.
Com a retirada, o abono segue vigorando para quem ganha até dois salários mínimos. A mudança não faz o texto voltar para a Câmara, mas retira R$ 76 bilhões do impacto fiscal da reforma. Para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, faltou mais atenção dos governistas.
“Se os senadores que votaram o texto principal estivessem aqui, nós teríamos 56 votos em todos os textos destacados pelos partidos políticos.”
Com isso, a economia prevista para a reforma passa de R$ 876 bilhões para cerca de R$ 800 bilhões de reais em dez anos. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, do MDB, admitiu que o impacto foi “considerável”.
Ele destacou que, da votação do texto-base até a do destaque, o quórum foi diminuindo. “A votação veio das mais diversas bancadas que estão apoiando a reforma da Previdência, mas que se juntaram para marcar uma posição. Também registramos a ausência de quatro parlamentares que tinham votos a favor.”
Após a aprovação do destaque, Alcolumbre encerrou a sessão para não correr o risco de novas derrotas. Ainda faltam seis destaques, que devem ser votados nesta quarta (2), em sessão marcada para as onze da manhã. O secretário de Previdência, Rogério Marinho, saiu insatisfeito. “Vamos ver se conseguimos segurar outra desidratação.”
Mesmo sem concluir o primeiro turno nesta terça, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, acredita que o cronograma da reforma da Previdência não será afetado. A expectativa é que a votação em segundo turno aconteça ainda na primeira quinzena deste mês, para que logo depois, a emenda constitucional possa ser promulgada.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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