As pesquisas eleitorais na Argentina mostram que o peronismo ainda é um movimento forte no país e pode definir as eleições deste domingo (27). De acordo com os levantamentos divulgados, Alberto Fernández tem pelo menos 15 pontos a mais de intenção de voto do que o candidato à reeleição, Mauricio Macri.
O peronismo existe há mais de 70 anos e está ligado à herança política do ex-presidente Juan Domingo Perón e ao partido fundado por ele chamado atualmente de Justicialista. Perón governou o país duas vezes: entre 1946 e 1955, e de 1973 até 1974.
Ao chegar ao poder, ele realizou uma série de reformas sociais, em áreas como direitos trabalhistas e civis. Foi durante o mandato de Perón que as mulheres argentinas conquistar o direito de votar, em 1947. Ao mesmo tempo, porém, o líder argentino cassou opositores políticos e pressionou a imprensa.
O professor de Relações Internacionais da Faap, Carlos Poggio, afirma que o peronismo é um movimento complexo e difícil de ser definido. “Ele é um movimento que não é muito fácil de ser identificado porque ele não é exatamente de direita ou de esquerda.”
Desde que Perón assumiu o poder, a história política da Argentina tem sido marcada por disputas entre forças peronistas e anti-peronistas. No entanto, nenhum dos quatro presidentes não peronistas que foram eleitos depois da década de 50 conseguiu terminar o mandato. Mauricio Macri será o primeiro a fazê-lo.
Ainda assim, Macri não tem chances de se reeleger, de acordo com as pesquisas. Ele não conseguiu cumprir as promessas de controlar a inflação e a erradicar a pobreza.
Diante deste cenário, o peronismo atual pode ser visto como o principal movimento de oposição a políticas liberais na economia.
E a ex-presidente Cristina Kirchner, que é candidata à vice-presidência de Alberto Fernández, é associada ao peronismo, como explica o professor Carlos Poggio, da Faap. “No caso do kirchnerismo, é uma manifestação do peronismo. Seria uma releitura do movimento no século XXI, associado ao Néstor Kirchner e sua esposa Cristina Kirchner.”
É essa força que fez com que Fernández e Kirchner vencessem as primárias, em agosto. Eles obtiveram 47,7% dos votos contra 31,7% de Macri.
Para vencer o atual presidente no primeiro turno, Alberto Fernández precisa conquistar 45% dos votos. Ou então ter 40% dos votos e 10 pontos percentuais a mais do que o segundo colocado.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
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