O polêmico projeto que prevê o armamento da Guarda Municipal do Rio de Janeiro não foi votado, como estava previsto, nesta quarta-feira (27). Coube ao próprio autor de texto, veador Jones Moura (PSD), recuar e retirar a proposta de votação depois de um longo debate na Câmara Municipal.
O local estava cheio. De um lado, os favoráveis ao projeta – em sua maioria, agentes de segurança – e, do outro lado, camelôs e vendedores ambulantes, que se dizem alvos permanentes da truculência desses guardas. Do lado de fora da Câmara foi montado, inclusive, um aparato com telões, para que os interessados conseguissem acompanhar a discussão.
De acordo com os parlamentares, não havia quórum suficiente para aprovar a proposta – o que precisaria do apoio de, no mínimo, 34 vereadores. Fontes ouvidas pela Jovem Pan revelaram que o texto não tinha esse número de votos favoráveis, mas sim de, no máximo, 26 – até mesmo alguns integrantes da bancada governista e da bancada da bala se posicionaram contrários ao texto.
Mesmo assim, Moura acredita que será possível votar o projeto ainda neste ano. “Precisa sentar com a casa Legislativa e já descobrir o prazo para a instalação da Câmara Municipal. Ver o espaço, a data, o calendário e, assim que tiver essa data, nós vamos passar um release para toda a imprensa. O governo municipal quer, o governo estadual apoia e o governo federal também”, garantiu.
A oposição afirma que Moura não tem os votos necessários para isso. O vereador Tarcísio Motta (PSOL) acha uma “temeridade” entregar armas de fogo para a Guarda Municipal, mesmo com o Rio de Janeiro com níveis de violência bastante elevados. “O poder de Guarda vai aumentar, vai aumentar os tiroteios, o número de armas em circulação – que aumenta a possibilidade do tráfico de armas -, aumenta a questão das milícias do Rio de Janeiro, porque torna os guardar servidores a serem cotados pelas milícias, expõe os guardas – eles passam a ser alvo – e não resolve o problema da segurança pública”, argumentou.
A possibilidade de armar ou não a Guarda Municipal da cidade vem sendo debatida desde 2015.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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