sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Para garantir vitória nas eleições do Reino Unido, Johnson evita exposição

Faltando menos de duas semanas para as eleições gerais do Reino Unido, cada passo dos principais candidatos tem sido fortemente questionados pelos eleitores britânicos. Mudam a sociedade, o país e o sistema de voto, mas não mudam as práticas de quem está ganhando, ou à frente das pesquisas.

O líder de todos os levantamentos até agora, o atual primeiro-ministro, Boris Johnson, ainda não confirmou se vai participar de eventos importantes nessa campanha eleitoral. Ele tem evitado se expor além do mínimo necessário.

O principal questionamento, neste momento, é se ele vai aceitar o convite para participar do programa do jornalista Andrew Neil, da BCC, um dos nomes mais importantes do jornalismo político do país. Há alguns dias, o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, participou do programa de Neil e foi bastante questionado durante a entrevista.

Corbyn se recusou a pedir desculpas para os judeus que moram no Reino Unido por causa das acusações de práticas antissemitas dentro do partido trabalhista. Ele disse apenas que se opõe a qualquer forma de preconceito e de racismo, mas não falou diretamente aos judeus.

Nomes importantes e de peso do partido trabalhista foram afastados da legenda nos últimos anos justamente por causa dessas acusações mas, ainda assim, o maior partido da oposição britânica continua sendo bastante pressionado.

Essa entrevista de Corbyn  para Neil teve uma repercussão muito negativa nessa reta decisiva da campanha eleitoral. Por isso mesmo, Johnson tem evitado se expor e anida não confirmou a participação no programa, prática parecida com a que a gente já viu no Brasil, quando os candidatos não apresentam programa de governo ou evitam participar de debates ou só se pronunciam com comunicadores parceiros – evitando, é claro, um tropeço desnecessário na reta final.

Johnson está sendo pressionado para participar da entrevista na BCC, mas vem dando algumas desculpas esfarrapadas para não confirmar sua presença até agora. Ele vem dizendo que a decisão final não é, realmente, dele.

*Com informações do repórter Ulisses Neto

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