O prazo para que os britânicos se registrassem para votar nas eleições gerais de 2019 acabou na última terça-feira (26). O número definitivo de eleitores vai ficar um pouco abaixo de 50 milhões.
O que chamou a atenção nos últimos dias foram os picos de pessoas se registrando para participar desta eleição – que está sendo chamada de “mais importante do Reino Unido” em toda uma geração.
É claro que, num país onde o voto não é obrigatório e o sistema é distrital, qualquer tipo de previsão é ainda mais arriscada que o normal. Porém, os dados oficiais indicam que os eleitores mais jovens estão mobilizados e atenderam ao chamado para se registrar.
Aqui vale um adendo importante: no Reino Unido, para se registrar, basta entrar na internet e preencher os dados solicitados pelo Governo. Leva cinco minutos e ninguém precisa se deslocar a um cartório ou algo que o valha – até porque a palavra cartório não faz parte da vida de um britânico comum.
Olhando para os dados consolidados até o mês passado, 35% dos novos registros foram solicitados por eleitores abaixo de 25 anos de idade. Outros 30% vieram da faixa etária entre 25 e 34 anos- enquanto apenas 4% vieram de eleitores acima dos 65 anos.
Em tese, esta é uma boa notícia para a oposição por dois motivos principais.
Primeiro porque esta eleição se transformou em uma espécie de segundo referendo sobre o Brexit – ainda que outros temas importantes da sociedade também estejam no debate.
Segundo que, no referendo de 2016, os jovens votaram em peso pela permanência na União Europeia, enquanto o voto pelo Brexit só venceu nos grupos acima de 45 anos de idade.
Na eleição geral de 2017, os trabalhistas também venceram com folga no grupo dos mais novos – com 60% dos votos entre os eleitores de 18 a 24 anos de idade.
Apoio de artistas
Há uma forte mobilização entre artistas britânicos que são bastante populares entre adolescentes e adultos jovens pelo voto a favor de Jeremy Corbyn.
O cantor Stormzy, por exemplo, um dos mais influentes do momento no Reino Unido, encabeça um manifesto à favor dos trabalhistas.
Isso tudo posto, é no interior do país e entre os mais velhos que os conservadores encontram o núcleo duro de seu eleitorado. Foi assim que o partido venceu as últimas três eleições – e foi assim também que a campanha do Brexit conquistou maioria.
A ver se o voto da capital e dos mais jovens, que historicamente rechaçam os conservadores, fará a diferença dessa vez ou não.
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