O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta quarta-feira (27) que “nenhuma violação ao direito à livre expressão” deve ser aceita passivamente.
Sem citar a operação da Polícia Federal a mando do STF que atingiu apoiadores e deputados aliados, suspeitos de disseminar mentiras e ataques na internet, Bolsonaro afirmou em uma rede social que “ver cidadãos de bem terem lares invadidos, por exercerem direito à liberdade de expressão, é um sinal que algo de muito grave está acontecendo com nossa democracia”.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, também usou as redes sociais para se pronunciar sobre a operação desta quarta. Weintraub chamou a ação da PF de “Noite dos Cristais” brasileira, fazendo referência à onde de ataques aos judeus na Alemanha Nazista, que expôs para o mundo o antissemitismo do ditador Adolf Hitler.
Entidades judaicas reagiram à fala do ministro.
A Confederação Israelita do Brasil classificou como impossível uma comparação entre os dois fatos e pontuou que as ações do inquérito “se dão dentro do ordenamento jurídico, assegurado o direito de defesa, ao qual as vítimas do nazismo não tinham acesso”.
O grupo Judeus pela Democracia disse que a ação da Polícia Federal é uma forma de “tentar evitar que novas ‘noites dos cristais’ aconteçam com outros povos e pessoas”.
No início da madrugada, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, anunciou que entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal em nome de Abraham Weintraub e dos demais envolvidos no Inquérito 4781, chamado de Inquérito das Fake News.
Segundo Mendonça, a medida visa garantir liberdade de expressão dos cidadãos e também preservar a independência, harmonia e respeito entre os poderes.
Na terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes havia dado cinco dias para Weintraub se explicar à polícia federal sobre a fala na reunião ministerial de 22 de abril em que defendeu a prisão de integrantes do STF.
+ O ministro da Educação ainda não apresentou os esclarecimentos.
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