Quanto vale a dedicação por um sonho? A jovem Lara Alves, de 20 anos, quer ser jogadora de futebol da seleção brasileira e, para isso, dedica-se aos treinos de domingo a domingo.
“Eu vou para academia duas vezes ao dia, eu treino na agência de futebol das 15h às 17h30. Essa é minha rotina de segunda à sexta-feira. E sábado e domingo eu corro na rua, faço musculação e tudo o mais. É bem agitada a minha rotina”, comenta.
Porém, a rotina de exercícios físicos de Lara não é a realidade da maioria dos jovens brasileiros. “Eu tenho muito amigo que não pratica esporte. Aqui na faculdade principalmente. Eles estão começando a se envolver com isso por minha causa, que eu incentivo, falo que é importante e tudo mais. Eles me acompanham nos treinos, nos jogos, mas a maioria deles não pratica esporte, são bem sedentários”, afirma.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) feito entre 2001 e 2016 mostrou que quatro a cada cinco jovens, no mundo, são sedentários. No Brasil, 84% dos adolescentes entre 11 e 17 anos não praticam nem o recomendável, que é ao menos uma hora de exercícios físicos diariamente.
Em relação a 2001, a OMS registrou melhora nos índices de atividade física nos meninos brasileiro, mas uma piora entre as meninas. Em um intervalo de 15 anos, o sedentarismo entre os meninos diminuiu de 80% para 78%. Enquanto isso, o percentual de meninas que não fazem atividade física subiu de 89,1% para 89,4%.
O endocrinologista do Hospital Beneficiência Portuguesa de São Paulo, Roberto Abrão Raduan, destaca que a inatividade durante a juventude pode trazer complicações na vida adulta. “A falta de atividade física nessa faixa-etária acarreta doenças metabólicas muito graves, como obesidade, que pode trazer o diabetes. E também doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial.”
Segundo especialistas, um dos motivos por trás da inatividade pode ser o uso excessivo de equipamentos eletrônicos.
Rafaella Felix de 16 anos, está no Ensino Médio e, além do smartphone, atribui a falta de tempo para os exercícios à rotina de estudos. “Eu gosto, mas eu não tenho muito tempo, porque tenho que estudar. Então normalmente eu faço exercícios só na aula de Educação Física mesmo, na escola”, revela.
Já Lucas Della, de 18 anos, praticante de Kung Fu, vê o celular como um aliado. “O que eu tinha dificuldade era que não sabia qual exercício fazer em casa, então baixei um aplicativo que fala, mais ou menos, quais são os alongamentos bons, ou qual exercício para fortalecer, então acho que eles ajudam também”, afirma.
A OMS sugere que os governos adotem medidas urgentes para reduzir o sedentarismo. A meta é de baixar a insuficiência da atividade física a menos de 70% até 2030.
Entre as propostas, as escolas precisam adaptar programas, como dança e outras atividades, para ajudar na saúde dos jovens.
*Com informações da repórter Livia Fernanda
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