terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Polícia do Rio faz operação para prender suspeito de ataque contra Porta dos Fundos

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza, nesta terça-feira (31), uma operação para buscar um dos suspeitos de atacar a produtora do Porta dos Fundos. O nome do procurado não foi divulgado, mas há um mandado de prisão contra ele – o único das envolvidos que não estava usando capuz na hora da ação, que ocorreu no último dia 24.

Até momento, foram apreendidos munição, uma arma falsa, computador e uma camisa de entidade filosófica e política, além de dinheiro.

Relembre

No dia do ataque, o grupo jogou bombas caseiras na sede da produtora e depois fugiu. Uma câmera de segurança interna do canal de humor mostra o momento em que o local é atingido por coquetéis molotov. Um segurança, que estava no local, quase foi atingido – por isso, o caso está sendo investigado como crime de explosão e tentativa de homicídio.

O canal de humor se tornou alvo de críticas desde o lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. O personagem é surpreendido por uma festa, em que é revelado que ele é Filho de Deus e fora adotado por José e Maria. Um abaixo-assinado online pediu a retirada do programa do serviço de streaming.

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Turista suíço baleado no RJ segue internado em estado grave

O turista suíço Michele Galli, de 75 anos, continua internado em estado grave no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na zona norte do estado do Rio de Janeiro. Ele foi baleado no último domingo (29) por criminosos que seriam da favela da Cidade Alta, também na zona norte da cidade.

Ele estava acompanhado da mulher, Miranda Pia Regazzoni, que sofreu apenas escoriações devido a estilhaços. Segundo a Polícia Civil, o casal seguia para Paraty, no sul do estado, onde passaria a virada do ano.

De acordo com a polícia, eles saíram do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da cidade, mas o GPS do carro os levou até a rodovia Rio-Petrópolis. Na altura do Trevo das Missões, próximo à Cidade Alta, eles teriam sido vítimas de um arrastão.

As primeiras informações da Polícia Civil indicam que os criminosos teriam tentado levar o carro dos turistas, que não falam português e se assustaram com as armas.

*Com Agência Brasil

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Carlos Ghosn foge da justiça do Japão e chega ao Líbano

O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn chegou a Beirute, capital do Líbano, após fugir do Japão, onde estava em liberdade sob fiança enquanto aguardava um julgamento que poderia acarretar uma longa pena nas prisões japonesas.

Ao justificar a fuga, que foi noticiada em Tóquio na madrugada desta terça-feira (31), Ghosn argumentou que no Japão estava diante de um “sistema de justiça parcial onde prevalece a presunção de culpa”.

“Não escapei da justiça, escapei da injustiça e da perseguição política”, disse o brasileiro em declaração enviada pela empresa francesa que já enviou comunicados em seu nome em outras ocasiões.

A fuga

Ghosn estava na própria residência em Tóquio e os passaportes que possui (brasileiro, francês e libanês) estavam com os advogados, uma das condições impostas pelo juiz que aprovou a libertação do empresário sob fiança em 25 de abril, no final da segunda prisão provisória.

O empresário foi preso pela primeira vez em 19 de novembro de 2018, liberado sob fiança em 6 de março, e novamente preso em 4 de abril, tudo em resposta a quatro acusações de irregularidades financeiras.

A movimentação do brasileiro em Tóquio estava restringida. Havia câmeras em frente à casa e o único acesso à internet era o escritório dos advogados. Ele também estava impedido de se comunicar com a família.

Mesmo assim, Ghosn, 65 anos, deixou o país com uma identidade falsa, segundo fontes citadas pela emissora pública “NHK”, e chegou ao aeroporto internacional de Beirute a bordo de um avião privado, embora não haja detalhes disponíveis sobre a rota que seguiu.

Ghosn nasceu no Brasil, recebeu parte da educação no Líbano e se desenvolveu profissionalmente na França. As conquistas empresariais foram na Renault, e ele se tornou um dos arquitetos da aliança Nissan, criada há mais de uma década.

A fuga do país também foi uma surpresa para os advogados, como reconheceu Junichiro Hironaka, o principal nome da equipe de defesa, em declarações aos jornalistas.

“Estou ansioso para que a inocência seja alcançada, mas parece que ele não concordou com a justiça no Japão. Ele deixou tudo aqui, as coisas estão no quarto dele. Se ele voltar, vamos trabalhar juntos”, comentou Hironaka.

Pelo menos um dos casos enfrentados por Ghosn em Tóquio implica uma pena máxima de 10 anos de prisão, à qual se juntariam três outras acusações, entre elas o suposto recebimento de dinheiro não declarado e o uso de fundos da Nissan para benefício próprio.

Até o momento, ao violar as condições da liberdade sob fiança, Ghons perde a quantia que tinha depositado para sair da prisão, cerca de 1,5 bilhão de ienes (o equivalente a R$ 55 milhões)

Em sua primeira declaração, Ghosn não explicou porque decidiu viajar para Beirute. A mídia local tem indicado que o Japão não tem um acordo de extradição com o Líbano.

O brasileiro criticou duramente o sistema jurídico do Japão, de forma mais dura que os comentários anteriores, possivelmente porque não tem a intenção de comparecer diante de um juiz japonês.

“Não sou mais refém do sistema jurídico tendencioso do Japão, onde prevalece a presunção de culpa, onde a discriminação é generalizada e onde os direitos humanos são violados, em total desrespeito às leis e aos tratados internacionais que o Japão ratificou. Não fugi da Justiça, me libertei da injustiça e da perseguição política”, diz o texto divulgado através dos porta-vozes.

Ghosn se diz inocente

Ghosn sempre negou os fatos dos quais é acusado e garantiu que é vítima de uma “trama” interna da Nissan para evitar uma maior integração com a Renault e, eventualmente, uma fusão entre duas outras empresas e uma irmã mais nova, a Mitsubishi.

O empresário não apareceu publicamente desde a chegada a Beirute para dar detalhes, mas se posicionar nos próximos dias.

“Posso finalmente me comunicar livremente com a mídia, o que farei na próxima semana”, anunciou.

*Com Agência EFE

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SP: Passagens de ônibus, metrô e trem custarão R$ 4,40 a partir desta quarta

Os preços das passagens de ônibus, metrô e trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em São Paulo vão subir a partir desta quarta-feira (1º). Com isso, as passagens unitárias do transporte público na capital paulista vão aumentar de R$ 4,30 para R$ 4,40.

O reajuste, segundo a prefeitura, é de 2,33% e “está abaixo da inflação anual prevista pelo Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, que é de 3,86%”. Ainda de acordo com a prefeitura, se as tarifas seguissem a recomposição inflacionária, deveriam custar R$ 4,47.

Por causa do aumento nas tarifas, o Movimento Passe Livre agendou um protesto na capital paulista para o dia 7 de janeiro.

Diariamente, 8,3 milhões de passageiros são transportados nas linhas disponíveis do Metrô e da CPTM. Já os ônibus transportam cerca de 8,8 milhões de pessoas todos os dias.

*Com informações da Agência Brasil

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Após um ano de governo, Onyx fala em ‘novo Brasil’: ‘Governo fala pouco, trabalha quieto e produz muito’

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou, nesta terça-feira (31), que um “novo Brasil” começou a nascer em 2019. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele fez um balanço do primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro e falou sobre a relação com a imprensa, a aprovação da reforma da Previdência e da lei da Liberdade Econômica e sobre trabalho da equipe de ministros.

Para Onyx, os maior feito do ano foi a recuperação da confiança interna e externa para/com o Brasil. “O grande mérito desse ano, de todo o trabalho do presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, é a recuperação na confiança interna – basta ver os números do último trimestre do setor de serviços, indústria, agronegócio, comércio – e externa, pelo fantástico interesse que grandes investidores tem no Brasil. Nós, da Casa Civil, que coordenamos o PPI [Programa de Parcerias e Investimentos], por exemplo, realizamos 36 leilões e arrecadamos meio trilhão de reais. É um novo Brasil que está nascendo”, avaliou.

De acordo com ele, a aprovação, principalmente, da lei da Liberdade Econômica, foi o principal fator que contribuiu para essa retomada de confiança e para o sucesso dos primeiros 365 dias de gestão. “O mais importante é a lei da Liberdade Econômica porque muda o posicionamento. Nos Estados Unidos, o cidadão tem razão diante do agente público até que esse agente demonstre o contrário. No Brasil, o cidadão sempre foi súdito – a República veio, mas foi um movimento da elite. O primeiro presidente a colocar o cidadão como centro de tudo é o Bolsonaro. É um marco histórico que as pessoas vão perceber com o tempo”, disse.

O ministro também citou a reforma da Previdência que, segundo ele, “resolveu fiscalmente o Brasil” e deu “previsibilidade” ao país, uma “palavra mágica do mundo dos investimentos”.

Onyx não poupou elogios ao presidente da República. “A eleição de Bolsonaro equilibrou o Brasil, que foi, durante três décadas, torto para a esquerda – começou com Fernando Henrique Cardoso e terminou com a tragédia de Lula e Dilma. O Brasil não tinha direita, e o presidente Bolsonaro levanta a direita no país, reequilibra o jogo político. A democracia está equilibrada: tem direita e esquerda”, afirmou.

Para ele, os veículos de comunicação fizeram “campanha para tentar trucidar a imagem de Bolsonaro”, mas não conseguiram resultados efetivos. “As redes sociais restabeleceram a verdade, fizeram o presidente ter uma conexão impressionante com a sociedade brasileira. A população tem confiança nele, gosta do jeito simples dele, se identifica. O maior elogio que recebemos são críticas da Globo, da Folha, da Veja, porque dizem que os ministros não funcionam e os resultados estão aí.”

“O governo fala pouco, o time de ministros fala pouco, trabalha quieto, mas produz muitos resultados. A gente não acreditava que o Brasil poderia fazer o que está fazendo”, comemorou, ressaltando que, apesar das melhorias que citou, é presido lembrar que os “danos causados por 16 anos de Lula e Dilma levarão muito tempo para serem todos corrigidos”.

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Relação entre governo e Congresso foi marcada por idas e vindas em 2019

Após um primeiro ano de adaptação, a relação entre o governo e o Congresso Nacional promete ser muito mais tranquila ao longo de 2020. Na verdade, essa já era a expectativa do Palácio do Planalto para 2019 após a derrota de Renan Calheiros e eleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para presidir o Congresso e o Senado Federal.

A eleição do candidato do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para presidir parlamento, deixou o governo confiante. Mas logo a opção do presidente Jair Bolsonaro de não lotear ministérios em troca de apoio no Congresso se fez valer, e a articulação do governo passou a ser duramente criticada.

De acordo com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), tudo melhorou, no entanto, após a escolha do general Luiz Eduardo Ramos para a Secretaria de Governo.

“O Ramos tem ajudado muito, faço aqui um agradecimento público ao ministro Ramos, que tem nos ajudado 24 horas, toda a hora que ligo para ele, ele me responde, conversa comigo. Então só me resta agradecer primeiro, ao ministro Onyx, que no momento mais delicado era o único com quem nós conseguíamos conversar do governo, e depois ele passou a responsabilidade para o ministro Ramos, que continua exercendo a função com mais facilidade, já que o diálogo com o próprio presidente [Bolsonaro] melhorou nos últimos meses”, avaliou.

De fato, o Palácio do Planalto encerrou 2019 com as duas principais propostas legislativas aprovadas: a reforma da Previdência e o pacote anticrime. Mesmo assim, os parlamentares ainda precisam concluir a discussão sobre a PEC Paralela, que abre a possibilidade para que servidores estaduais e municipais sejam incluídos nas novas regras previdenciárias.

A proposta está parada na Câmara e, por isso, não está na lista de prioridades do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado.  “O próximo passo é votar as três PECs que se encontram já no Senado Federal – que é a PEC dos fundos, a PEC emergencial e a PEC do pacto federativo – e votarmos a reforma tributária”, disse.

Tal como em relação a Previdência, Executivo e Legislativo estão alinhados e querem priorizar, já nos próximos meses, a reforma tributária. De qualquer forma, como explica o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, a ideia é que a matéria não domine a pauta do parlamento.

“Tem muita coisa que vai tramitar, tem muito projeto de lei que vai ser votado, tem outras PECS que estão lá – do pacto federativo, a PEC emergencial, a PEC dos fundos, que é muito importante a gente votar e entregar para a Câmara. Mas a prioridade do Senado vai ser a questão da reforma tributária“, afirmou.

O objetivo da reforma tributária é simplificar o modelo de cobrança de impostos no país e, para agilizar o processo, deputados e senadores dizem que vão trabalhar, inclusive, durante o recesso.

No que depender do presidente da comissão especial criada para discutir as mudanças no sistema tributário, senador Roberto Rocha (PSDB-AL), a reforma será aprovada ainda neste primeiro semestre. “O Senado terá o presidente da comissão e a Câmara terá o relator para, em um prazo de até 90 dias, a gente receber as sugestões do governo federal, receber as sugestões de toda a sociedade, para compilar em um só texto e fazer com que seja votado no primeiro semestre do ano que vem.”

A PEC que visa autorizar a prisão após a condenação em segunda instância também é uma prioridade de grande parte dos parlamentares. Os deputados membros da comissão especial criada para discuti-la já marcaram oito audiências públicas, para as quais foram convidados os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Advogados criminalistas, professores e especialistas em Direito Penal e Constitucional, além de promotores e procuradores também devem ser ouvidos pelos parlamentares.

Com isso, a expectativa do presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos, é concluir os trabalhos e liberar a PEC para ser discutida pelo plenário até o fim de março. “No dia 17 de março nós faremos o balanço das audiências públicas. O tempo será o necessário para não fazer um debate que seja lento, que pareça, para a população, que a gente quer atrasar a matéria, mas também para que não seja um debate açodado de uma matéria tão importante, que vai mudar tão radicalmente a estrutura do poder judiciário do Brasil”, disse.

Fora as reformas, o Congresso também quer aprovar, ainda nos próximos meses, uma nova legislação para as licitações, um novo marco legal para o saneamento básico e novas regras para o licenciamento ambiental no país.

Todas essas matérias são polêmicas e vão exigir do governo uma articulação consistente para garantir a aprovação. Ainda mais com as eleições municipais, que devem esvaziar o Congresso a partir de julho, dificultando a aprovação de Propostas de Emenda a Constituição, como são a maioria das prioridades tanto do Planalto quanto do Parlamento para 2020.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado 

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Nasa quer intensificar procura por sinais de vida em Marte

A Nasa se prepara para lançar uma nova missão a Marte. O rover planetário Mars 2020 tem como objetivo buscar sinais de vida no planeta vermelho. O veículo também está equipado com instrumentos que ajudarão a entender características da superfície marciana e abrir caminho para viagens tripuladas no futuro.

A sonda tem 23 câmeras, dois sensores de ventos e lasers para análises químicas. A grande novidade do rover é a presença de hélices, que vão verificar se é possível sobrevoar a superfície de Marte.

De acordo com a engenheira da Nasa, Jessica Samuels, uma das principais preocupações é detectar resquícios orgânicos que poderiam indicar sinais de vida em Marte.

Cientistas afirmam que, há bilhões de anos, Marte tinha água na superfície, uma atmosfera mais densa e um campo magnético. Segundo os pesquisadores, as condições eram semelhantes às do planeta Terra no início da evolução da vida unicelular.

O rover deve recolher e armazenar amostras do solo até que outra missão consiga trazer de volta para a Terra. O veículo será lançado em julho deste ano, mas só vai chegar em Marte em fevereiro de 2021.

Se for bem sucedida, será a 5º missão a pousar na superfície marciano. Já o transporte das amostras do solo marciano está previsto para 2026.

*Com informações da repórter Nanny Cox 

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2020 já chegou! Nova Zelândia, Kiribati e Samoa comemoram o ano novo

2020 já chegou em alguns lugares do mundo. Os habitantes de Kiribati e Samoa, países insulares no Pacífico Sul, foram os primeiros a receber o novo ano. Esses arquipélagos tropicais, com uma população combinada de pouco mais de 300 mil habitantes, festejaram a virada às 7 horas do horário de Brasília.

A população da ilha de Chatham, na Nova Zelândia, localizada a cerca de 680 km a sudeste das principais ilhas do país, foram os próximos a ver a chegada de 2020. Os demais habitantes da Nova Zelândia e a população de Fiji e Tonga celebram um pouco mais tarde.

A Austrália, que recebe o Ano Novo às 10 horas (horário de Brasília) cancelou os fogos de artifício na capital e em outras cidades devido aos incêndios florestais no país, que se agravaram ainda mais nos últimos dias e afetam principalmente a região sudeste. Pelo menos 12 pessoas já morreram e mais de três milhões de hectares foram queimados pelas chamas, que começaram a arder em julho.

Mesmo assim, Sydney, a maior cidade australiana, contará com os fogos de artifício – apesar de mais de 280 mil pessoas terem pedido o cancelamento do espetáculo em todo o país devido aos incêndios.

Depois da Austrália, chega a vez de Japão e Coreia do Sul fazerem a contagem regressiva para 2020. Em Manila e outras partes das Filipinas, as autoridades realizaram uma campanha para reduzir o número de fogos de artifício na virada. Em um mercado da capital filipina, os clientes compraram frutas de formato arredondado, o que representa boa sorte, e cornetas para fazer barulho em vez de foguetes.

Embora Mianmar, Camboja, Laos, Tailândia e Vietnã recebam o Ano Novo em datas diferentes, esses países também celebram a data de acordo com o calendário gregoriano.

*Com informações da Agência EFE

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Rombo nas contas públicas diminui em novembro e tem melhor resultado desde 2015

O setor público registrou déficit de R$ 15 bilhões em novembro. O total envolve o governo federal, Estados, municípios e empresas estatais.

De acordo com o Banco Central (BC), o rombo no ano soma R$ 48 bilhões, o menor valor para o período em quatro anos, mas a dívida bruta subiu para 77% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja: as receitas de impostos e contribuições do governo foram menores do que as despesas. A conta não inclui os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública. O resultado representa melhora em relação ao mesmo período do ano passado.

Em novembro, o governo federal gerou um déficit primário de R$ 18 bilhões, os Estados tiveram resultado positivo de R$ 2.9 bilhões e as estatais registraram movimento negativo de R$ 39 milhões.

O economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira,  defende a continuidade da discussão das reformas em 2020. “Vamos fechar em uma facha de R$ 95 bilhões, isso nos números do governo central. Esse é um número muito importante, a perspectiva para o próximo ano é praticamente metade da meta. Ou seja: há um esforço concentrado do governo nessa área, o próximo ano depende de reformas muito importantes, como por exemplo a tributária, e o governo ainda tem uma série de outras reformas que ele tem que tentar passar daqui em diante. A mais crítica deve ser a administrativa, que vai mexer com o servidor público, mas ainda assim, dentro desse contexto fiscal, todas essas reformas são  de extrema necessidade”, disse.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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Tarifa de energia elétrica mais barata passa a valer para residências a partir de quarta

A partir de 1º de janeiro, a tarifa branca baixará a conta de energia elétrica fora do horário de pico. O modelo, válido para grandes consumidores, promete beneficiar as residências brasileiras, mas os clientes precisam mudar seus hábitos para realmente obter a redução na conta de luz.

A tarifa branca funciona com três faixas de valores: nos dias úteis, a tarifa vermelha – o pico se concentra entre o fim da tarde e o início da noite; já a faixa intermediária, amarela, funciona uma hora antes e uma hora depois do horário de pico e, a verde fora do horário de pico, com custo mais baixo no restante do dia.

A CPFL Energia explica que, nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, por exemplo, o pico será das 18h às 20h59. Já aos finais de semana e feriados nacionais, a tarifa sempre será cobrada fora do pico.

O modelo começou a funcionar em 2018, para consumo superior a 500 quilowatts-hora; em 2019, passou a ser aplicado, também, em unidades a partir de 250 quilowatts-hora e, a partir de agora, valerá também para as residências em todo o Brasil – exceto em unidades de baixa renda, que já possuem condições especiais.

Esse modelo de tarifas já é aplicado em países como Canadá, Austrália, Itália, França e Reino Unido. A adesão, no entanto, não será automática: cada concessionária estabelecerá o horário de ponta e o consumidor precisará formalizar a sua opção a partir de janeiro. Depois disso, a empresa instalará um medidor de energia para registrar o consumo nas faixas horárias.

É recomendado que os consumidores façam, antes de aderir ao sistema, uma análise do seu atual uso e da possibilidade de mudança, em aparelhos que consomem mais energia, como o chuveiro elétrico, fora dos horários de pico – uma vez que a manutenção do consumo poderá deixar a conta de luz até mais cara.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos 

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Matrículas no Ensino Médio em escolas públicas diminuem em 2019, diz Inep

As matrículas no Ensino Médio em escolas públicas caíram 4,3% em 2019 na comparação com o ano passado. Ao todo são mais de 6.400 milhões estudantes inscritos nesta etapa. Este foi o pior desempenho entre todas as fases do ensino básico na comparação com 2018, de acordo o Censo Escolar, divulgado nesta segunda-feira (30).

A queda nas matrículas também foi verificada no Ensino Fundamental, que vai do primeiro ao nono ano. O número de alunos inscritos caiu 1,6%, passando de 21.7 milhões de estudantes, para 21,4 milhões. Também caiu 9%  a quantidade de matrículas na EJA (Educação de Jovens e Adultos), na modalidade presencial. Já o número de crianças de zero a três anos inscritas em creches subiu 4,2%.

O Censo Escolar é realizado anualmente pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). O total de matrículas é importante para a distribuição de recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e também para a execução de programas na área educacional.

*Com informações da repórter Nicole Fusco 

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Turistas do Brasil e do mundo não escondem emoção de acompanhar virada em Copacabana

Os preparativos para o Réveillon 2020 em Copacabana, no Rio de Janeiro, estão na reta final. As dez balsas que vão carregar as quase 17 toneladas de fogos de artifício foram revistadas nesta segunda-feira (30).

Estavam presentes, na vistoria, representantes dos Portos do Rio de Janeiro, do Corpo de Bombeiros e da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos. A saída das balsas para a orça começou na madrugada desta terça-feira (31).

A queima de fogos de uma das maiores festas de Réveillon do mundo vai durar cerca de 15 minutos. São esperados três milhões de pessoas para a festa, sendo que, desse total, dois milhões são turistas.

É o caso do professor Danilo, que veio de Goiânia. Ele conta que 2019 foi um ano de muitas mudanças para ele e para o país e que a expectativa para o ano que vem seja melhor, principalmente na economia. “O Brasil está precisando dar uma engrenada, porque a gente vê que a situação em 2019 foi cheia de expectativas altas, mudanças de governo, mas chegou 2020 e não se concretizou isso.”

As venezuelanas Sandy Escalona e Andreia Limeira atualmente moram no Chile e foram conhecer o Rio de Janeiro. Elas afirmaram que os brasileiros são muito amáveis e que as praias são bonitas.

A Renata é paraibana e agora mora no Rio de Janeiro. Ela disse que está emocionada de poder ver o ano novo da capital fluminense. “Sou paraibana, para mim está sendo uma experiência muito diferente. Estou emocionada. É a primeira vez, estou achando muito bacana.”

Os turistas e os moradores que quiserem usar o metrô na noite de Réveillon precisam correr para comprar os cartões. Até às 9h desta segunda-feira (30), já tinham sido vendidos 85% dos 158 mil cartões disponibilizados.

Agora, só estão disponíveis para venda os cartões das faixas das 19h, para ida e volta, e das 23h, somente ida e também ida e volta. O bilhete disponível para a volta é entre meia-noite e 5h. A venda acontece até o fim do estoque ou até o início da operação especial, que começa às 19h do dia 31.

*Com informações da repórter Nicole Fusco

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Governo publica MP para acelerar venda de imóveis da União

O governo editou uma Medida Provisória (MP) que busca facilitar a venda de imóveis da União. Uma das metas da equipe econômica é repassar à iniciativa privada o maior número possível de imóveis.

De acordo com a MP, os ativos vão poder ser vendidos em lote, caso isso represente maior valorização ou liquidez para aqueles cuja venda isolada seria difícil ou não recomendada. Além disso, qualquer interessado pode tentar adquirir um imóvel da União, desde que ele não esteja em regime enfitêutico ou em ocupação.

O texto ainda define que, caso o leilão fracasse, pode haver uma segunda tentativa com vinte e cinco por cento de desconto sobre o valor de avaliação.

O governo alega que, atualmente, “o processo de alienação é uma das alternativas identificadas para minimizar a existência de inúmeros imóveis da União em situação de abandono, que demandam altos custos com manutenção, sem nenhuma contrapartida de geração de receitas”. Ainda segundo a medida, os locais passam por situações como invasões e depredações.

Pelas redes sociais, o secretário de Desestatização, Salim Mattar, disse que “ao longo dos últimos governos, foi criada a cultura do acúmulo de imóveis que levou a situação de abandono de boa parte dos bens por falta de cuidado”.

A medida provisória passa a valer imediatamente como lei, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 180 dias para não perder a validade.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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Com policiamento reforçado e ‘silêncio’ nos fogos, Avenida Paulista vira opção segura no Réveillon

A Avenida Paulista ajusta os últimos detalhes para a festa da virada, que começa às 18h desta terça-fera (31) e vai até a 1h40 desta quarta-feira (1º). São esperadas cerca de 2 milhões de pessoas.

Entre as atrações estão a dupla Marcos e Belucci, o grupo Chiclete com Banana e o cantor Lulu Santos, que vai comandar a contagem regressiva para a chegada de 2020. A Polícia Militar (PM) e a Guarda Civil Metropolitana farão operação especial durante o evento: cerca de 1.200 policiais vão atuar na segurança da festa.

Esse é um dos fatores que agradou o motorista Nelson Monteiro, de Manaus, que pela terceira vez escolheu São Paulo para passar o Réveillon. Segundo ele, diferentemente de outras festas de fim de ano, a Virada Paulista é mais tranquila. “Sempre eu gostei da segurança, porque na verdade a Paulista dá para fechar as ruas em partes, praticamente todas, então tem como ter segurança. Não tem problema para a população”, afirma.

Já a corredora Ilenice Nascimento vai passar a virada do ano na Avenida Paulista pela primeira vez. Ela veio do Rio de Janeiro para disputar a São Silvestre. Ela garante que a sensação vai ser diferente, mas que a expectativa continua alta. “A emoção do final de ano é muito legal em qualquer lugar que você esteja”, garante.

A expectativa, no âmbito econômico, também é grande. O chefe de gabinete da secretaria de Turismo, Vicente Rosolia, afirma que, no ano passado, foram arrecadados R$ 600 milhões com a festa de Réveillon. Nesse ano, o montante esperado é de R$ 650 milhões.

Pelo segundo ano consecutivo na festa da virada em São Paulo, a tradicional queima de fogos será silenciosa. De acordo com uma lei sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) no fim do ano passado, os foguetes de estampido estão proibidos. A ideia é não incomodar animais, idosos e pessoas internadas nos hospitais da região.

A prefeitura recomenda o uso do transporte público para quem for curtir a festa. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a SPTrans farão operação especial desde o período da manhã para auxiliar na chegada a Avenida Paulista.

*Com informações do repórter Renan Porto

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Relembre o 2019 dos ministérios: Capes, Amazônia e privatizações

O primeiro ano dos ministérios foi bastante movimentado. Logo nos primeiros dias de seu mandato, o presidente da República, Jair Bolsonaro, reduziu o número de pastas de 35 para 22 – algumas foram extintas e outras incorporadas na forma de Secretaria Especial.

De acordo com pesquisa divulgada pelo Datafolha, Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) foi o ministro mais bem avaliado com 53% de desempenho bom/ótimo. Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) ficou em segundo com 43% de bom/ótimo. Já entre os piores estão Abraham Weintraub, com 31% das avaliações ruim/péssimo, e Ricardo Salles, com desempenho considerado ruim/péssimo por 28% dos entrevistados.

Mas, afinal, o que cada um deles fez em suas respectivas pastas ao longo do ano de 2019? A Jovem Pan lista aqui alguns feitos dos principais ministérios.

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Sob comando da ministra Tereza Cristina, o ano de 2019 no ramo da Agricultura e Pecuária foi marcado, principalmente, por medidas que liberaram 439 novos agrotóxicos entre os meses de janeiro e novembro. Os créditos quanto à liberação de centenas de defensivos agrícolas, porém, não ficam somente com esta pasta; no Brasil, para se liberar qualquer pesticida, o Ibama (Meio Ambiente) e a Anvisa (Saúde) também precisam dar o aval.

Outro assunto que rendeu foi em relação ao preço da carne – que aumentou consideravelmente nas últimas semanas de 2019. O aumento, em geral, foi de 8% no mês de novembro – motivado pelas exportações da China, que enfrentou uma epidemia de peste suína.

Já em dezembro, o valor da carne recuou um pouco, mas não deve voltar ao valor original. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que não tem interesse algum em tabelar o preço mesmo diante da alta das exportações. De acordo com Tereza Cristina, o produto chegou a uma “nova média de preços após três anos com valor muito baixo”.

Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

O ministério sob comando do astronauta Marcos Pontes tem como finalidade ajudar nos debates e investimentos relacionados a Ciência e Tecnologia, mas ele costuma agir em conjunto com outras pastas. Recentemente, por exemplo, assinou com Minas e Energia para estimular pesquisas e desenvolvimento de tecnologias para mineração, energia elétrica e produção de petróleo, gás e biocombustível.

Além disso, em dezembro, o sexto satélite feito em parceria com a China — o Cbers-4A — foi lançado ao espaço com o foco de monitorar a Amazônia. Ele deve operar por pelo menos cinco anos. Essa foi uma parceria com Inpe, órgão do Ministério do Meio Ambiente.

Já com Luiz Henrique Mandetta, foram iniciados estudos sobre uma prótese craniana vinte vezes mais barata que poderá atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outro assunto de interesse geral que também compete à pasta de Pontes é a inteligência artificial. Recentemente, foi aberta pelo Ministério a consulta pública Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial, onde a população pode palpitar sobre o tema. Apesar da especulações sobre monitoramento e vigilância, o MCTIC afirmou em comunicado que o objetivo do processo é beneficiar o serviço público, a qualidade de vida e reduzir a desigualdade.

Cidadania

osmar-terra

A pasta de Osmar Terra pagou, em 2019, mais de R$ 5 bilhões para mais de 13 milhões de famílias de todo o Brasil através do Bolsa Família. Esse foi o maior repasse já realizado na história do programa, criado em 2003. No ano, o Bolsa Família fechou o orçamento em R$ 33,6 bilhões, valor cerca de 10% maior que o de 2018.

Já a Secretária Especial da Cultura foi uma das mais movimentadas dentro do Ministério da Cidadania. A extinção do Ministério da Cultura, inclusive, foi algo bastante noticiado — positiva e negativamente — no início do governo.

Ainda no primeiro semestre, em abril, as atividades da Ancine (Agência Nacional de Cinema) foram paralisadas após o TCU (Tribunal de Contas da União) identificar problemas nas análises de prestação de contas de projetos. Apenas em novembro, 7 meses depois, o órgão aprovou os relatórios e arquivou os processos.

Os impactos dessa paralisação só poderão ser sentidos a partir de 2020, já que as produções de 2019 foram feitas com verbas e editais aprovados em anos anteriores. Cerca de quatro mil projetos estão parados e R$ 724 milhões não foram liberados pelo Fundo Setorial de Audiovisual – em consequência da paralisação.

Ainda em 2019, a então Lei Rouanet recebeu um “novo” nome – Lei de Incentivo à Cultura. Com a mudança, o teto de captação por projeto foi reduzido de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão. No fim do ano, a Secretaria Especial foi transferida para o Ministério do Turismo.

Defesa

De acordo com assessoria do Ministério da Defesa, o ano de 2019 foi atípico, com muitos desafios e realizações. No comando do ministro Fernando Azevedo, a pasta lembra que as Forças Armadas foram convocadas para minimizar o desastre ambiental de Brumadinho, em Minas Gerais, e atuaram por dois meses no combate aos incêndios na região amazônica.

Em julho, um segundo-sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) foi preso após desembarcar de um avião em Sevilha, na Espanha, com 39 quilos de cocaína. O voo em que tudo aconteceu fazia parte da comitiva que acompanhava o presidente Jair Bolsonaro para a cúpula do G20, no Japão. Na época, o ministro Azevedo classificou o caso, que chamou de isolado, como “inadmissível e lamentável”.

A partir de setembro, o ministério — por intermédio da Marinha — realizou a operação Amazônia Azul – Mar Limpo É Vida, a fim de recolher as manchas de óleo das praias no litoral nordestino. Sete estados foram afetados em 110 municípios.

Em relação ao campo social, Bolsonaro assinou um decreto que ampliou e fortaleceu o Programa Forças no Esporte (PROFESP) e o Projeto João do Pulo. Cerca de 40 mil jovens e crianças devem ser atendidos em 2020. O Projeto Soldado Cidadão, extensão do PROFESP, atende majoritariamente crianças e adolescentes com deficiência no auxílio ao ingresso no marcado de trabalho após prestar o serviço militar.

Desenvolvimento Regional

Um dos ministros menos conhecidos do governo Jair Bolsonaro comanda a pasta do Desenvolvimento Regional: Gustavo Canuto. Apesar de não ser tão popular, é ele que cuida do programa Minha Casa, Minha Vida, do saneamento básico — quando discutido a nível nacional — e mobilidade urbana.

O maior volume de investimentos no setor em 2019 foi em programas de Habitação de Interesse Social, como o MCMV: R$ 4,2 bilhões. Foram mais 350 mil residências entregues em todas as faixas, sendo que 54,5 mil foram destinados aos beneficiários da faixa mais popular. A região mais beneficiada foi o Nordeste, com quase 22 mil novas moradias.

Quanto ao saneamento básico, foram destinados — do Orçamento Geral da União — mais de R$ 593 milhões. Com ajuda desses recursos, 128 obras que estavam paralisadas foram retomadas. Outras 102 novas propostas também foram aprovadas para 10 estados — que terão acesso a mais de R$ 2 bilhões em financiamento.

Vale lembrar que o Marco Legal do Saneamento Básico está sendo discutido no Congresso Nacional e deve ter um novo rumo decidido já no início de 2020. A medida prevê a privatização de parte do sistema de distribuição de água aos Estados e municípios com auxílio de diretrizes estipuladas pela Agência Nacional das Águas (ANA).

Economia

Paulo Guedes

Uma das grandes vitórias da Economia no ano de 2019 foi a aprovação da reforma da Previdência. As mudanças no processo de aposentadoria devem render uma economia de R$ 800 bilhões nos próximos 10 anos, de acordo com a pasta de Paulo Guedes.

Outra discussões que movimentaram a Economia durante o ano foi o debate da reforma tributária, além da PEC do pacto federativo.

Após meses de impasse, a pasta definiu que não enviará uma proposta de novas regras tributárias ao Congresso porque outras duas pautas já tramitam e uma terceira “tumultuaria” o debate. Em vez disso, Guedes vai enviar suas ideias para uma comissão mista.

Apresentada na Câmara, a proposta de reforma tributária elaborada pelo economista Bernard Appy e apresentada pelo deputado Baleia Rossi defende a unificação de cinco tributos (IPI, PIS e Confis, além do ICMS e ISS), que passariam a se chamar IBS. Já no Senado, as ideias foram organizadas pelo ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly e apresentadas pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre. Essa proposta também prevê a fusão de vários tributos e a criação do IBS, porém, dividido em duas partes: um Imposto sobre Valor Adicionado (IVA dual), que é uma fusão dos cinco impostos e contribuições federais (IPI, Cofins, PIS, IOF e salário-educação); e outro que unirá o ICMS estadual e o ISS municipal.

Já a PEC do pacto federativo foi formulada pela equipe econômica junto ao Congresso, defendendo maior autonomia financeira para os governos estaduais e municipais. Polêmica, ela prevê a extinção de alguns municípios; unificação do piso dos gastos com saúde e educação para a União, estados e municípios; divisão dos recursos do pré-sal, como royalties e Lei Kandir; entre outras medidas.

Mesmo pertencente a outro braço responsável pela política econômica do Brasil, o Banco Central, vale ressaltar também os números da Selic – que bateram recorde em 2019. Após reunião com o Copom (Comitê de Política Monetária), a taxa básica de juros chegou, no meio de dezembro, a 4,5%, menor percentual registrado desde 1986.

A Selic é o principal instrumento do BC utilizado para manter sob controle a inflação, medida através do IPCA. Essa redução estimula a economia, já que juros menores tornam o crédito mais acessível e isso incentiva o consumo. De acordo com o presidente Jair Bolsonaro, a queda trará uma economia de R$ 110 bilhões para o próximo ano.

Educação

A pasta da Educação começou o ano sob comando de Ricardo Veléz. Após três meses de gestão marcadas por propostas polêmicas e controversas, ele foi demitido em abril, quando Abraham Weintraub assumiu o comando.

Uma das pautas que mais esquentaram o ano foi sobre a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Os contingenciamentos de gastos, em abril de R$ 5,8 bilhões e em julho de R$ 348,47, e a possibilidade de suspensão das bolsas de centenas de estudantes preocupou os brasileiros.

Em setembro, porém, Weintraub anunciou a liberação de R$ 1,156 bilhão para universidades e institutos federais de ensino. No mês seguinte, em outubro, houve a liberação de mais R$ 1,1 bilhão após remanejamentos internos no orçamento.

Outro assunto que deu o que falar foram as declarações polêmicas de Abraham Weintraub sobre as Universidades Federais. No primeiro semestre ele disse que estudantes promoviam “balbúrdias” ao realizar eventos políticos e festas inadequadas nas dependências universitárias. No segundo semestre, ele reafirmou que as UFs tem “uso desenfreado de drogas” e “plantações extensivas de maconha”.

Outro feito realizado pela pasta em 2019 foram as Escola Cívico-Militares. A iniciativa, em parceria com o Ministério da Defesa, apresenta um conceito de gestão com apoio dos militares. Enquanto professores e profissionais da Educação ficarão encarregados pelo trabalho didático-pedagógico, os oficiais atuarão no apoio à gestão escolar e educacional.

A proposta é inaugurar 216 unidades até 2023 nos 643 municípios que demonstraram interesse ao longo do ano que passou — e o projeto piloto deve ser implementado já em 2020.

Infraestrutura

De acordo com balanço divulgado pelo próprio ministério da Infraestrutura, a pasta comandada por Tarcísio de Freitas concedeu 27 ativos em todos os modais de transporte (rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo) e os leilões renderam mais de R$ 9,4 milhões em investimentos e R$ 5,9 bilhões em outorgas.

Entre as principais obras públicas entregues pelo governo, um dos maiores destaques foi a pavimentação da BR-163, no trecho de 51 km entre Moraes Almeida (PA) e Novo Progresso (PA). Neste ano também foram entregues pelo DNIT 400 quilômetros de pavimentação nova.

Quanto ao setor aéreo, 12 aeroportos foram concedidos à iniciativa privada. Além disso, 14 terminais aéreos foram modernizados e melhorados. O Aeroporto de Vitória da Conquista, na Bahia, foi o único inaugurado.

Justiça e Segurança Pública

Sergio Moro, o ministro melhor avaliado no ranking, enviou ao Congresso o tão falado pacote anticrime — que já foi aprovado. Entre os pontos mais relevantes mantidos do projeto original estão: vedação de progressão de regime para preso faccionado; vedação da saída temporária em caso de crime hediondo; execução imediata da condenação do Tribunal do júri para penas iguais ou maiores que 15 anos; ampliação para até três anos de permanência do Sistema Penitenciário Federal; e o Banco de Perfis Balísticos e Multibiométricos.

Os pontos mais polêmicos — como os que tratavam do excludente de ilicitude, da prisão em segunda instância e o plea bargain — foram retirados.

No dia 24 de dezembro, Bolsonaro sancionou o projeto com 25 vetos. Um dos artigos aprovados prevê o juiz de garantias, proposto pelo deputado Marcelo Freixo, que gerou críticas. Moro chegou a dizer que “não é o projeto dos sonhos, mas contém avanços” e que sempre se posicionou “contra algumas inserções feitas pela Câmara no texto originário, como o juiz de garantias”. “Apesar disso, vamos em frente”, completou.

E a pasta de Justiça e Segurança Pública foi além do pacote anticrime proposto pelo ex-juiz da Lava Jato. Na Polícia Federal, foi autorizado o efetivo para a contratação de 1200 novos policiais, aproximadamente 100 por mês. O grupo realizou mais de 7,5 mil prisões.

Uma das operações de maior repercussão foi a Cadeia Alimentar, que desarticulou, em duas fases, organizações criminosas especialistas em fraudar processos licitatórios para compra de merenda escolar em cerca de 50 municípios do Estado de São Paulo.

Já a Força Nacional atuou em missões humanitárias, com destaque para Moçambique, que enfrentou ciclones devastadores, e Brumadinho (MG). Quanto aos presídios, foram criadas quase 20 mil novas vagas com o objetivo de amenizar as superlotações.

Em relação aos números da criminalidade, de acordo com levantamento do próprio Ministério, o número de estupros reduziu 10,5% em relação ao mesmo período de 2018. Um outro número relevante é a redução de 36,4% nos roubos a instituições financeiras e de 23,06% nos registros de latrocínio – o roubo seguido de morte.

Meio Ambiente

A pasta do Meio Ambiente foi uma das mais citadas ao longo de 2019. As queimadas na região da floresta amazônica, em julho, entraram em debate após uma pesquisa do Inpe afirmar que o desmatamento na região cresceu 278% em relação a 2018.

Na época, o presidente e o ministro Ricardo Salles desmentiram os dados e colocaram em cheque a credibilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Essa desconfiança, inclusive, resultou na exoneração de Ricardo Galvão — então presidente do Inpe.

Logo após abafada a crise na Amazônia, a pasta entrou novamente em debate depois que fragmentos de óleo foram encontrados em mais de 900 localidades (cada localidade equivale a 1 quilômetro) — segundo o IBGE — na costa litorânea brasileira.

Até o momento a origem dos rejeitos ainda é incerta, mas eles atingiram o litoral de boa parte do Nordeste, parte do Espírito Santos e algumas cidades do Rio de Janeiro. Ainda não se sabe, exatamente, qual impacto o desastre natural pode ter no turismo.

Polêmicas à parte, Ricardo Salles participou de diversos eventos ao longo do ano sobre a questão climática e a preservação ambiental. Na mais recente, que foi a COP-25 (Conferência do Clima da ONU) em Madrid, o ministro foi em busca de “fazer valer” a promessa de países desenvolvidos de ajudar países em desenvolvimento.

Minas e Energia

A pasta sob comando de Bento Albuquerque entregou, em novembro de 2019, um balanço dos primeiros 300 dias do governo. No dia 5 daquele mês o presidente Jair Bolsonaro entregou ao Congresso um PL que propõe e capitalização da Eletrobras. Isso aconteceu um dia antes do leilão dos excedentes da cessão onerosa — outra grande conquista da pasta.

Os resultados desse leilão, o mais esperado do ano, foram bastante positivos. Ele rendeu R$ 69,9 bilhões à União após um consórcio formado pela Petrobras e pelas chinesas CNODC Brasil e CNODC Petroleum arrematarem o bloco de Búzios por R$ 68,2 bilhões. O valor foi completado após a estatal arrematar, sozinha, o bloco de Itapu por R$ 1,76 milhões.

No setor elétrico foram realizados diversos leilões quanto a Energia Existente e Energia Nova, que garantiu aproximadamente 2.98 MW em potência, com garantia física de 17 GW, que deve ser entregue em 2020.

Dois empreendimentos emblemáticos foram continuados, são eles: Angra 3 e Linhão. No caso de Angra 3, ele foi enquadrado no Programa de Parceria de Investimento (PPI).

O Linhão, que liga Roraima ao Sistema Interligado Nacional, passou por diversas tratativas envolvendo o MME, a ANEEL, a AGU, o Ibama e a Funai para que a ampla participação dos povos indígenas seja preservada na região.

Mulher, Família e Direitos Humanos

A segunda ministra mais bem avaliada do governo Bolsonaro é Damares Alves, que comanda a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos. A segunda mulher que comanda um ministério nesse governo já declarou que não luta pelo feminismo. “Não posso aceitar lutar por uma bandeira introduzindo um crucifixo na vagina”, disse em outubro.

Envolvida em polêmicas desde as primeiras semanas de seu mandato — como quando disse que “meninas usam rosa e meninos usam azul” ao combater a ideologia de gênero, e quando afirmou que Elza, a princesa da Disney, é lésbica –, Damares se mostra preocupada com a questão da violência contra a mulher. Em uma de suas primeiras entrevistas, ela lembrou ter sido abusada quando criança.

Em novembro, no Dia do Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, ela convocou uma coletiva de imprensa fake para chamar a atenção para o tema. Ao se posicionar no púlpito, ela permaneceu em silêncio. A assessoria confirmou que a ação da ministra fazia parte da campanha. Se uma mulher perde a voz, todas perdem. A atitude dividiu opiniões entre opositores e apoiadores de seu governo.

Outra questão, percebida no primeiro dia do seu mandato, em janeiro, foi que a população LGBT+ não foi mencionada nas atribuições dos Direitos Humanos. Ao contrário das outras minorias, como mulheres, crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, população negra, minorias étnicas e sociais e índios, os LGBT+ agora serão englobados na Secretaria Nacional de Proteção Global, e não em uma diretoria própria.

Relações Exteriores

Também conhecido como Itamaraty, a pasta administrada por Ernesto Araújo teve como um de seus principais feitos o acordo entre o Mercosul e a União Europeia — que estava em negociação há mais de 20 anos.

No fim de junho, os dois blocos firmaram um acordo em Bruxelas em meio a 14ª Cúpula do G20. Esse acordo é considerado o segundo maior de todo o mundo levando em conta o PIB somado de seus participantes — atrás apenas do acordo da UE com o Japão.

As conversas iniciadas ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, pausadas na gestão Dilma Rousseff e retomadas após Temer chegar ao poder resultaram em um acordo que, apesar de não ter documentos oficializados, indicam avanços para todas as nações da UE e Merscosul.

Entre uma das consequências positivas está livrar de taxas cerca de 92% das importações provenientes dos envolvidos. Porém, a questão ambiental é uma preocupação: um dos requisitos para a aprovação do acordo é a presença dos países do Mercosul no Acordo de Paris. O Brasil, ao longo do ano, teve uma relação estremecida com a França, especialmente com o mandatário Emmanuel Macron, que descartou apoiar a união comercial dos blocos caso Bolsonaro retirasse o Brasil do acordo climático.

Na época, o presidente brasileiro recuou, mas logo em seguida estouraram os problemas de queimadas na Amazônia e do óleo no Nordeste, que viraram assuntos internacionais. Apesar disso, a estimativa é de que o acordo entre em vigor daqui 2 ou 3 anos, se nenhuma nação tentar barrá-lo.

Saúde

Uma das primeiras atitudes do atual Governo na pasta da Saúde, comandada pelo ministro Luiz Henrique Mandetta, foi anunciar o fim do Mais Médicos. O programa foi substituído pelo Médicos pelo Brasil — que contratará, em 2020, pelo Governo Federal até 18 mil médicos para atenderem nas regiões mais carentes do país.

Na ocasião das mudanças, o presidente Jair Bolsonaro declarou que, se os médicos de Cuba realmente fossem bons, teriam salvado a vida do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez — que morreu em decorrência de um câncer após se tratar no país.

Outra questão muito falada em 2019 foi sobre as vacinas — com enfase no Sudeste, que enfrentou surtos de sarampo. Com o Movimento Vacina Brasil, o país ultrapassou a meta de cobertura da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba.

Além disso, vale ressaltar a aquisição de mais de mil novas ambulâncias do SAMU 192 e a habilitação de R$ 1,2 bilhão para outros serviços no setor, como leitos hospitalares, UPAs, hemodiálise e outros.

Mais recentemente, também, o Governo Federal liberou R$ 152 milhões para ajudar a solucionar a crise na Saúde da cidade do Rio de Janeiro — que acabou resultando no atraso de salários e pagamentos do 13º dos agentes públicos municipais.

Turismo

Na pasta do Turismo, além das polêmicas envolvendo o próprio ministro Marcelo Álvaro Antônio com o Ministério Público, um dos principais avanços foi no número expressivo de cadastros no Cadastur. O sistema é responsável por regulamentar os profissionais que atuam no setor – que chegou quase a 100 mil inscritos.

Quanto ao programa Investe Turismo, gestores e trade de todo o país foram beneficiados com 27 seminários. A iniciativa dará a 158 municípios acesso a pacote de investimentos, acesso ao crédito, inovação e marketing e mais.

Além disso a Secretaria Nacional de Integração Interinstitucional do Ministério do Turismo completa um ano cooperando e articulando com os órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, distrital e municipal, do setor produtivo e do terceiro setor. A SNINT assinou, por exemplo, uma Instrução Normativa que tem como objetivo aliar a preservação de patrimônios da União com o uso turístico das áreas.

Ainda no meio da conservação dos patrimônios, a pasta firmou acordo com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), o Ministério do Meio Ambiente e a Embratur para incentivar o ecoturismo associado à preservação ambiental.

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Reformas, polêmicas e rachas: o 1º ano de Bolsonaro na presidência

No dia 1º de janeiro de 2019, quando o presidente eleito, Jair Bolsonaro, tomou posse, o que aconteceria no Brasil daquele momento para frente era uma incógnita; havia apenas muita expectativa, principalmente por parte de seus eleitores, de que ele trabalharia em pautas como a reforma da Previdência e contra a corrupção.

Para o cientista político Valdir Pucci, é possível dividir o primeiro ano de governo de Bolsonaro em três aspectos: econômico, ideológico e em relação ao Congresso Nacional. Segundo ele, o maior sucesso da gestão foi no âmbito econômico, mas esses acertos muitas vezes foram ofuscados por “erros graves” tomados a partir do viés ideológico.

“A ala mais ideológica do governo foi o ponto fraco da gestão, com destaque, por exemplo, para a ministra Damares [Alves], Ernesto Araújo e principalmente o Ricardo Salles. A forma com a qual Bolsonaro lidou com as questões ambientais foi muito ruim”, comenta.

Apesar dos problemas de alguns ministros, o cientista político pontua que a própria família do presidente foi “o grande foco de problema ao longo de todo o ano”. “Em especial seus três filhos, que usavam frases ou tinham atitudes polêmicas. Na medida em que o governo ganhava alguma estabilidade com bons feitos, logo em seguida vinha a instabilidade gerada por açõss dos filho. A grande oposição ao govenro – uma vez que a oposição real ainda está tentando encontrar um discurso para se opor a Bolsonaro – esse papel de criar problemas para o governo, ficou na mão dos três filhos.”

Ele também ressalta a atuação “atípica” do Congresso durante 2019. De acordo com Pucci, enquanto a ala ideológica do governo estava muito interessada em discursar e a equipe econômica tocava suas pautas, o Congresso agia por conta própria, tornando-se protagonista das ações políticas. “Há muitos cientistas políticos, por exemplo, que colocam a Previdência como feito do parlamento, e não do governo”, diz.

A Jovem Pan separou aqui os principais acontecimentos do ano em relação ao presidente:

Janeiro

Wilton Júnior/Estadão Conteúdo

Ao falar pela primeira vez como novo chefe do poder Executivo, Bolsonaro adotou o discurso que repetiria em diversas ocasiões ao longo do ano: sua missão de “libertar o povo do socialismo”. Antes dele, porém, quem falou foi a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que, além de ficar conhecida por quebrar o protocolo, fez história ao discursar em libras.

No mesmo dia, o novo presidente já assinou seus dois primeiros decretos: o que alterou o valor do salário mínimo, que passou de R$ 954 para R$ 998, e a medida provisória de reforma administrativa, que estabeleceu a reestruturação da organização básica dos órgãos da presidência da República e dos ministérios.

O mês também foi marcado pela assinatura do decreto que facilitaria a posse de armas no Brasil, uma das promessas da campanha do capitão reformado, que acabaria fracassando meses mais tarde, e pelo primeiro discurso internacional do presidente, em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, onde ele ressaltou que o país estava, além de aberto economicamente ao mundo, longe de ideologias político-partidárias.

Foi também em janeiro que aconteceu a primeira tragédia com a qual Bolsonaro teria que lidar: o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, no dia 25. No dia seguinte, ele sobrevoou a área soterrada pela lama.

Ainda em janeiro, Bolsonaro voltou ao Hospital Albert Einstein para fazer a cirurgia da retirada da bolsa de colostomia, fruto do atentado à faca do qual foi vítima no dia 6 de setembro de 2018, ainda durante a campanha eleitoral.

Fevereiro

Fátima Meira/Estadão Conteúdo

A primeira crise do governo Bolsonaro aconteceu entre os dias 10 e 18 de fevereiro, culminando na exoneração do então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno – que também foi o presidente nacional do PSL durante as eleições 2018 e uma das figuras mais próximas a Bolsonaro na época.

A suspeita de que o PSL fez uso de candidaturas “laranja” durante as eleições, sendo Bebianno o responsável pelos repasses de dinheiro aos candidatos, foi o pontapé do problema. Ao dizer que não havia crise nenhuma no governo, tentando afastar ruídos, Bebianno foi desmentido pelo filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro.

Carlos, inclusive, divulgou áudios de conversas em tom áspero entre Bolsonaro e Bebianno, dando início a uma troca de farpas entre o então ministro e o presidente da República. Dias depois, Bebianno foi exonerado.

Foi também em fevereiro, mais precisamente no dia 20, que Bolsonaro entregou a proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional e escolheu a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) como líder do governo na Casa.

Março

Alan Santos/PR

No início de março, Bolsonaro se envolveu em uma nova polêmica ao publicar, em sua conta oficial no Twitter, um vídeo obsceno – que não possuia data ou local – e afirmar que ele representava o Carnaval brasileiro. A publicação repercutiu não só no Brasil, como no mundo inteiro, e rendeu muitas críticas ao presidente, que acabou deletando as imagens

Foi também nesse mês que Bolsonaro se encontrou pela primeira vez com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na data, Trump prometeu que apoiaria a entrada do Brasil na OCDE e Bolsonaro retirou a necessidade de visto para que norte-americanos entrem em terras brasileiras. Também foi assinado um acordo para uso da Base de Alcântara. Depois, o presidente embarcou em viagens para o Chile e Israel.

No fim do mês, Bolsonaro entregou a proposta de reforma da Previdência dos militares ao Congresso. Pouco tempo depois, uma crise entre ele e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começou quando o parlamentar ameaçou deixar a articulação da reforma por causa de ataques recebidos nas redes sociais pelo vereador Carlos Bolsonaro, dando início a uma série de troca de farpas entre ambos.

Próximo ao aniversário de 55 anos do início da ditadura militar (31 de março de 1964), o presidente propôs que a data fosse comemorada. A intenção foi imediatamente repudiada por diversos setores da sociedade. No dia, o WhatsApp do Palácio do Planalto ainda divulgou um vídeo em defesa do golpe.

Abril

Valter Campanato/Agência Brasil

A exoneração do então ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, aconteceu em abril. Ele foi alvo de fortes críticas durante seu tempo à frente do ministério. Foi durante sua gestão, por exemplo, que 15 membros dos principais cargos da cúpula do MEC pediram demissão. Foi Vélez, também, quem fez uma proposta de filmar crianças em escolas entoando o slogan da campanha de Bolsonaro e quem chamou brasileiros de “canibais”. 

Após tantos ruídos, o chefe da pasta teve sua legitimidade questionada, inclusive, por Bolsonaro, que o substituiu por Abraham Weintraub, que também se envolveria em uma série de polêmicas mais tarde.

Foi também em abril que o presidente Jair Bolsonaro anunciou a implantação do 13º salário para beneficiários do Bolsa Família, além do término do horário de verão em todo o Brasil.

Maio

Marcos Corrêa/PR

Em maio, Bolsonaro assinou um decreto que facilitava o porte de armas – a autorização para andar com uma arma fora de casa – para profissionais como advogados, caminhoneiros e políticos eleitos. O texto permitia que equipamentos que antes eram de uso restrito de polícias e do Exército fossem comprados e usados por civis que cumprirem determinados requisitos, além de ampliar a quantidade de munições que poderiam ser adquiridas por ano.

Mais tarde, o decreto foi questionado por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), considerado ilegal pela Câmara dos Deputados e acabou sendo desidratado.

No mesmo mês, o governo fez os primeiros contingenciamentos nos orçamentos dos ministérios. O mais polêmico, no MEC, foi de R$ 7,4 bilhões, causando manifestações nas ruas de todo o país. O problema se agravou quando Bolsonaro chamou os manifestantes de “idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra”.

Junho

Alan Santos/PR

Junho trouxe a terceira exoneração do governo: desta vez, Bolsonaro decidiu pela saída do ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, general Carlos Alberto dos Santos Cruz. No mesmo mês, Joaquim Levy, então presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pediu demissão após Bolsonaro ameaçar demiti-lo por ele ter nomeado o advogado Marcos Barbosa Pinto, presidente do banco de fomento durante o governo do ex-presidente Lula, ao cargo de diretor de Mercado de Capitais.

Ao mesmo tempo, o site The Intercept Brasil divulgava as primeiras conversas vazadas e atribuídas principalmente ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e ao procurador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. Bolsonaro, que descobriu também ter tido seu celular hackeado, trabalhou para fortalecer Moro dentro do governo.

Enquanto isso, o governo conseguiu aprovar o projeto de liberação da posse de arma em propriedades rurais, teve um militar da Força Aérea Brasileira (FAB) preso, na Espanha, por levar 39 quilos de cocaína em um avião da comitiva do presidente e comemorou o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE).

Julho

Valter Campanato/Agência Brasil

No dia 1º, a Polícia Federal indiciou sete pessoas por participação no suposto esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais – entre elas, um assessor especial e dois ex-auxiliares do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Mesmo com a denúncia e o histórico de exonerações, Bolsonaro decidiu manter Marcelo no cargo.

No mesmo mês, o presidente foi protagonista de outras três atitudes polêmicas: confirmou a indicação de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos – questão que seria deixada de lado mais tarde, após críticas dos mais diversos setores da sociedade e uma disputa interna no PSL  -; ameaçou fechar a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e declarou que não existiam pessoas passando fome no Brasil.

Foi também em julho que o governo decidiu liberar o saque imediato de R$ 500 das contas do FGTS, além de criar o saque-aniversário, e que a crise na Amazônia teve início. No dia 25, o chefe do Executivo criticou os dados do desmatamento divulgados pelo Inpe, em um episódio que terminaria na demissão do diretor do instituto, Ricardo Galvão, no mês seguinte.

Em 29 de julho, Bolsonaro se envolveu em uma nova polêmica ao dizer que sabia como o pai de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem do Advogados do Brasil (OAB), desapareceu durante a ditadura militar.

Agosto

Luis Macêdo/Câmara dos Deputados

Insistindo na narrativa de que os dados do desmatamento divulgados pelo Inpe eram mentirosos, logo nos primeiros dias de agosto, Bolsonaro exonerou Ricardo Galvão da diretoria do órgão.

A demissão, no entanto, seria apenas o início da crise sobre a floresta amazônica. Depois vieram algumas declarações que dominaram a imprensa, como quando o presidente sugeriu a um repórter que “fazer cocô dia sim, dia não” seria uma solução para a preservar o meio ambiente e acusou ONGs de serem coniventes e até mesmo responsáveis pelas queimadas no local.

O problema ganhou ares internacionais ao ser comentado pelo presidente da França, Emmanuel Macron. A troca de insultos entre os dois chefes de Estado foi extensa: Bolsonaro acusou Macron de usar politicamente a floresta brasileira e chegou a chamar a esposa do francês, Brigitte Macron, de feia, causando repercussão mundial.

No mesmo mês, a proposta de reforma da Previdência foi aprovada na Câmara dos deputados e o PSL expulsou o deputado Alexandre Frota. Após a saída do parlamentar, Bolsonaro pediu que o partido cultivasse um “filtro ideológico”.

Setembro

Reprodução/Twitter

O mês começou com a indicação de Augusto Aras para Procurador-Geral da República (PGR) e uma nova cirurgia de Bolsonaro que, desta vez, precisou fazer a retirada de uma hérnia.

Durante a internação, o presidente deu aval para a demissão do secretário da Receita Federal (RF), Marcos Cintra, que ganhou destaque – e a insatisfação da população, autoridades e do próprio Bolsonaro – ao defender a criação de um imposto sobre pagamentos nos moldes da antiga CPMF.

Logo após sua recuperação, o presidente seguiu para a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que aconteceu em Nova York. Em seu discurso, ele apresentou aos chefes de Estado um “novo Brasil”, “livre do socialismo”, criticou o Mais Médicos e defendeu a soberania brasileira sobre a Amazônia.

No mesmo mês, ele sancionou a lei da liberdade econômica e celebrou a queda, em seus nove primeiros meses de governo, de 22% das mortes violentas em todo o país.

Outubro

Divulgação/PSL

Em outubro, uma fala de Jair Bolsonaro foi o pontapé inicial para uma crise dentro do PSL. Em um vídeo gravado por um apoiador, o presidente foi flagrado criticando o presidente do partido, Luciano Bivar (PSL-PE), e chamando-o de “queimado”.

A briga dividiu os parlamentares da legenda entre bivaristas e bolsonaristas – os últimos começaram a considerar, no dia 13, a saída da sigla. Bolsonaro também confirmou que poderia deixar o PSL, e pediu para que a “caixa-preta” do partido fosse aberta.

A confusão culminou na saída da deputada Joice Hasselmann – que ficou do lado bivarista – da liderança do governo no Congresso. A troca de Hasselmann aconteceu após ela ter apoiado a permanência do Delegado Waldir na liderança do PSL na Câmara, e não a entrada de Eduardo Bolsonaro. Relembre a crise.

Também nessa época, a reforma da Previdência foi aprovada pelo Senado Federal e o capitão reformado postou um vídeo em sua conta no Twitter em que se coloca como um leão sendo rodeado e atacado por diversas hienas, cada uma representando uma instituição que estaria contra ele. Para reverter a situação, ele precisou se desculpar com o STF, por exemplo, pelo episódio.

Ainda em outubro, uma matéria veiculada pela TV Globo mostrou que o porteiro do condomínio onde Bolsonaro mora afirmou, em depoimento, que o acusado de matar a ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) havia comparecido à casa de Bolsonaro no dia do crime.

Revoltado com a acusação, que foi desmentida posteriormente, o presidente chegou a ameaçar não renovar concessão da Globo e também começou uma briga com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, quem Bolsonaro acusou de envolvimento com o caso Marielle para prejudicá-lo.

Novembro

Estadão Conteúdo

Após um mês de brigas com Bivar e o PSL, Bolsonaro anunciou sua saída da sigla em novembro. Ele também iniciou a criação do seu próprio partido, o Aliança Pelo Brasil, e começou a trabalhar pela nova sigla – agora, o presidente batalha para conseguir conquistar as assinaturas necessárias para a abertura da legenda podendo, assim, fazer com que o Aliança concorra nas eleições municipais de 2020.

No mesmo mês, o ex-presidente Lula saiu da cadeia após ser beneficiado por uma decisão do STF. Logo que saiu da prisão, o petista fez discursos de ataque ao atual governo. Bolsonaro evitou devolver as críticas, mas chegou a atacar Lula também.

No dia 26, Bolsonaro confirmou a desistência de indicar seu filho, Eduardo, ao cargo de embaixador do Brasil nos EUA e enviou o nome do diplomata Nestor José Forster Junior.

Dezembro

Reprodução/Instagram

O presidente encerrou o ano também envolvido em uma polêmica, dessa vez com a ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos. Ao ser questionado sobre o assassinato de dois índios no Maranhão, Bolsonaro chamou a jovem de “pirralha”. Ela respondeu às críticas e mudou seu nome para “Pirralha” nas redes sociais.

Antes do fim do ano, o presidente da República ainda prometeu vetar o fundo eleitoral, mas recuou quando foi avisado que esse veto poderia resultar em um impeachment; sancionou o pacote anticrime de Moro; assinou o decreto do indulto de Natal e; na véspera da data, sofreu um acidente doméstico no Palácio do Planalto, quando caiu em um dos banheiros da residência.

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