Após se destacarem durante as eleições de 2018, os grupos de renovação política voltaram a estar sob os holofotes.
Isso porque o líder do PDT, Ciro Gomes, chamou o movimento Acredito de “partido clandestino”, depois que a deputada federal Tábata Amaral seguiu a própria convicção e votou em favor da reforma da Previdência, em primeiro turno na Câmara dos Deputados.
A maior parte dos movimentos surgiu na esteira das manifestações de 2013, em meio à descrença que se instalou quanto a política.
No caminho, houve o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o avanço da operação Lava Jato, as condenações do ex-presidente Lula e as prisões do ex-presidente Michel Temer.
Nas eleições de 2018, os movimentos Acredito, RenovaBR, Livres e MBL conseguiram emplacar quase 30 parlamentares entre Congresso Nacional e Assembleias Legislativas de diversos partidos.
Em meio à polarização, porém, muitos desses movimentos são enquadrados em espectros políticos específicos. No caso do Acredito, segundo o coordenador nacional do movimento, Samuel Emílio, não importam os lados das pessoas, mas os valores que elas carregam.
“Pro Acredito, por exemplo, reduzir desigualdade é um valor. Se as pessoas falam que isso é de esquerda, a gente não está nem aí. Vamos lutar para combater a desigualdade. Pro Acredito, um valor importante é ter uma economia competitiva empreendedora. Se as pessoas falam que isso é de direito, não estamos nem aí também. Isso são valores, não necessariamente a forma de chegar neles.”
Segundo Samuel Emílio, o que separa o Acredito da esquerda, do centro e da direita é o foco nas evidências.
Já o RenovaBR se posiciona como um formador de lideranças. A diretora executiva do movimento, Irina Bullara, destaca que o objetivo é colaborar com pessoas comuns.
“O RenovaBR é uma escola. Os movimentos têm uma pauta, uma agenda definida. No Renova queremos pessoas comuns que nunca partiicparam da política e estejam aptas ao diálogo e a transparência.” Segundo Irina Bullara, o RenovaBR recebe pessoas de todos os espectros políticos.
Para Magno Karl, diretor de políticas públicas do movimento Livres, é preciso parar de imaginar as questões políticas como opções binárias
“A gente não acredita que a única alternativa é você ser socialista na economia e tolerante nos costumes ou o contrário. Acreditamos que conseguimos combinar uma coisa com a outra.”
Assim como Magno Karl, do Livres, as lideranças do Acredito e do RenovaBR esperam que daqui trinta anos os movimentos de renovação política não sejam mais necessários.
Os olhos dos grupos já estão direcionados para a criação de políticas e formação de lideranças visando as eleições municipais do ano que vem, nas quais serão eleitos prefeitos e vereadores.
*Com informações do repórter Matheus Meirelles
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