O ministro da Justiça, Sergio Moro, autorizou a atuação da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária no Pará depois que confrontos deixaram 57 mortos em um presídio do Estado. O grupo vai participar de atividades de guarda, vigilância e custódia de presos por 30 dias.
Os detentos que participaram do confronto no Centro de Recuperação Regional de Altamira deixaram a cidade na terça-feira (31).
O governo determinou a transferência de 46 presos, com objetivo de tirar do mesmo ambiente integrantes de grupos rivais. De acordo com o governador Helder Barbalho os presos foram levados para Belém antes de serem encaminhados aos presídios.
Helder Barbalho também informou que o governo vai destravar as obras de cinco novos presídios, que devem abrir mais de duas mil vagas até o final de 2019.
Além dessas medidas, o governado do Pará dará posse a 485 agentes penitenciários no próximo sábado (3). A nomeação faz parte das ações para melhorar a gestão e segurança nos presídios do Estado, determinadas pelo Executivo.
Ao ser perguntado sobre reforçar a segurança na unidade prisional depois do confronto, o presidente Jair Bolsonaro disse para “perguntar às vítimas que morreram o que eles acham.”
A briga desta segunda-feira (29), que terminou com 57 mortos, envolveu as facções Comando Vermelho e Comando Classe A. O confronto foi resultado de disputas de território dentro da unidade prisional.
Entenda o caso
Perto das cinco horas da manhã desta segunda-feira, líderes do Comando Classe A colocaram fogo em uma cela de integrantes do Comando Vermelho.
Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará, a unidade tem estrutura de alvenaria e por isso, as chamas se alastraram rapidamente.
Dos 57 mortos, 16 detentos foram decapitados e 41 morreram por asfixia causada pela fumaça do fogo. Os presos que iniciaram a briga não fizeram uso de arma de fogo, apenas facas improvisadas.
Pelo menos 10 corpos já foram reconhecidos por familiares e liberados pelo Instituto Médico Legal de Altamira.
Este já é o maior massacre em prisões do ano de 2019 e o segundo maior da história, atrás somente do Carandiru.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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