Pelo menos 6086 pessoas foram aos cartórios brasileiros para mudar o nome e o gênero desde 2018. Em 15 de agosto daquele ano, o Supremo Tribunal Federal reconheceu o direito de transexuais e transgêneros de adequarem os documentos de identificação.
De lá para cá, em média 11 pessoas por dia mudaram o registro para que refletisse a verdadeira identidade que carregam.
A decisão do STF permitiu a alteração de nome e gênero sem a necessidade da cirurgia de mudança de sexo e nem de autorização judicial.Na prática, isso desburocratizou o processo e as pessoas passaram a fazer a alteração diretamente nos cartórios brasileiros — um procedimento finalizado em um dia.
De acordo com dados da Central de Informações do Registro Civil, a maior parte dos procedimentos se concentra na região Sudeste, com ênfase para São Paulo. Só no estado, foram 1826 casos.
O Nordeste foi a segunda região com o maior número de mudanças no registro — liderado pela Bahia, com 377 alterações.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (29), dia em que é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data existe desde 2004, e ainda assim, o Brasil é um dos países que mais mata pessoas trans.
De acordo com um levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 2019 registrou 124 assassinatos de trans — uma média de uma pessoa morta a cada três dias.
O número representa uma redução de 24% de crimes deste tipo na comparação com 2018, mas mantém o Brasil na liderança do ranking de violência contra a pessoa trans.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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