O Ministério da Educação (MEC) deu explicações técnicas à Justiça na tentativa de comprovar que a falha nos cerca de 6 mil gabaritos do Enem não teve “influência significativa” na nota dos mais de 3,9 milhões de candidatos que fizeram a prova.
A nota do MEC deixa claro que algumas das questões do exame não haviam sido pré-testadas Essa informação ainda não havia sido divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pela prova, e pode prejudicar a margem de erro do exame. Os parâmetros de correção de cada questão também não foram divulgados, como solicitou a Defensoria Publica da União (DPU), alegando que são informações sigilosas.
O DPU pediu que o MEC comprovasse “documentalmente” que a alteração das correções de 5.974 provas não interferiu na nota das demais em razão da Teoria da Resposta ao Item (TRI), modelo estatístico adotado pelo Enem que atribui diferentes pesos para cada questão, de acordo com diferentes níveis de complexidade.
O Inep afirmou que a calibragem é feita com amostragem de 100 mil participantes, numero superior ao de provas com problemas. “Não houve descaracterização da amostra, os parâmetros dos itens não sofreram influência significativa em sua calibração e as proficiências dos participantes continuam sendo estimadas com a mesma precisão”, diz a nota
A menção a “calibragem” indica que algumas questões não foram pré-testadas, o que faz part do TRI. Segundo especialistas, o ideal é que a prova feita por meio de TRI seja composta apenas por questões pré-testadas.
O Inep utiliza questões sem o pré-teste porque o banco de itens é pequeno, problema que se arrasta desde que o Enem se tornou vestibular, em 2009. Atualmente, as questões são elaboradas por professores de universidades federais, a pedido do governo, mas muitas não são consideradas suficientemente boas para selecionar os alunos, ou têm ouros tipos de problemas, e são descartadas. A quantidade total de itens do banco é mantida em sigilo.
* Com informações do Estadão Conteúdo.
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