Milhares de pessoas foram às ruas em Gaza nesta terça-feira (28) para protestar contra o plano de paz no Oriente Médio anunciado pelo presidente americano Donald Trump. Bandeiras israelenses e fotos de Trump e do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foram queimadas pelos manifestantes.
Os palestinos argumentam que o plano apresentado anula as resoluções da ONU e dá a Israel tudo o que eles sempre exigiram. As lideranças da Palestina rejeitavam o acordo mesmo antes de ele ser anunciado.
A proposta dos Estados Unidos — chamada de “acordo do século” — foi celebrada por Netanyahu.
Os Estados Unidos propõem a adoção de dois estados na região e Palestina passaria a ser reconhecida como uma nação soberana pelos americanos. O acordo estabelece que Jerusalém permaneceria indivisível como a capital israelense.
Ao mesmo tempo, o plano prevê que a capital da Palestina ficaria em Jerusalém Oriental e um espaço localizado ao Sul do território de Israel seria entregue aos palestinos.
Os Estados Unidos se comprometeram a abrir uma embaixada no novo território caso a transição aconteça pacificamente. Além disso, US$ 50 bilhões seriam investidos na Palestina para gerar 1 milhão de empregos.
Outro ponto que gerou revolta dos palestinos é o reconhecimento das colinas de Golã como território de Israel.
Assim que o acordo foi anunciado, o grupo islamita palestino Hamas — que controla a Faixa de Gaza — considerou a proposta de Trump agressiva e sem sentido e afirmou que Jerusalém vai continuar sendo um território da Palestina. O acordo também foi criticado pelo assessor do presidente do Irã, Hassan Rouhani.
Os iranianos consideraram a proposta um pacto entre Estados Unidos e Israel que, na verdade, exclui a Palestina — e, por isso, não é um plano de paz.
A Liga Árabe convocou uma reunião para o próximo sábado (1º) que terá como objetivo discutir o plano de paz. O encontro foi convocado a pedido das autoridades palestinas e deve ter a participação do presidente Mahmoud Abbas.
*Com informações do repórter Renan Porto
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