terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Funcionário passa mal durante trabalho em estação de tratamento da Cedae

A Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) foi acusada de submeter os funcionários encarregados de aplicar o carvão ativado na estação de tratamento do Guandu a condições de trabalho insalubres.

A situação foi denunciada por um vídeo, segundo o sindicalista Valdemir de Carvalho. A gravação viralizou nas redes sociais, e mostra um presidiário, que participava da tarefa, passando mal.

“Estamos trabalhando nessas condições. O irmão passou mal. Outro também. Eu estou aqui. Essa aqui é a roupa que estamos usando. Estamos trabalhando assim (neste momento o vídeo mostra um presidiário com uniforme azul comum da Fundação Santa Cabrini e uma pequena máscara no pescoço). Dentro de um lugar fechado, o carvão vem na nossa cara. O irmão deitado aí passou mal e caiu. E ninguém está socorrendo o irmão”, diz o prestador de serviços. Ele gravou o vídeo, no qual funcionários da Cedae aparecem com roupas e máscaras bem diferentes.,

O Sintsama-RJ, que representa os funcionários da Cedae, informou que a empresa montou um grupo de funcionários e presidiários para aplicação do produto, e os detentos receberam equipamentos diferentes dos empregados, mais simples e inadequados, acusa Carvalho, diretor executivo do sindicato na empresa. Os presos foram contratados por intermédi de uma fundação vinculada ao governo do Estado.

“Esse serviço é insalubre, mas os funcionários usam equipamentos adequados, então em relação a eles não há maiores problemas. Mas os presidiários não têm experiência, então não deveriam estar prestando esse serviço”, afirmou.

O carvão ativado começou a ser adicionado na água na última quinta, 23, e é a aposta do Governo do Rio para que a água do Guandu volte ao normal. A estação foi tomada por uma alga chamada geosmina, que dá gosto e cheio de terra a água. A Cedae já foi acusada de demorar a admitir os problemas e também a mudar o tratamento da água.

Equipamento recomendado

Em noa, a Cedae afirmou que “os trabalhadores envolvidos na aplicação do carvão ativado estão utilizando o equipamento de proteção individual recomendado pela empresa que presta o serviço”. Declarou ainda que “os funcionários receberam equipamentos de proteção individual, conforme orientação da empresa que está no local oferecendo treinamento para operar o sistema”.

A empresa esclareceu que o funcionário que aparece caído no vídeo “não estava se sentindo bem mesmo antes do expediente e não relatou o fato”, e que depois de “realizar atividade que exige esforço, sentiu-se mal e recebeu todo o suporte da companhia”, reiterando que “a utilização do carvão ativado não tem relação com o fato ocorrido”.

Ainda no texto, a Cedae informou que não havia uma empresa que pudesse fornecer rapidamente todo o volume do carvão ativado em pacotes de 500 kg cada, portanto, “recebeu uma parte do produto em sacos menores e, com isso, parte da carga precisou ser descarregada por empilhadeira com suporte manual”, explicou. “A partir desta semana, serão recebidas apenas as ‘bags’, que não exigem trabalho manual, sendo a operação 100% automatizada.”

* Com informações do Estadão Conteúdo. 

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