O ministro da Economia, Paulo Guedes, acredita em uma retração da crise e um retorno seguro ao trabalho em até três meses. Para o chefe da equipe Econômica, as projeções do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estavam certas e o país deve começar a se recuperar a partir de agosto.
A fala aconteceu durante a participação de Guedes durante uma sessão da Comissão Mista criada no Congresso Nacional para acompanhar a questão fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas ao coronavírus.
Segundo o ministro, o governo vai estudar alternativas caso o número de infectados não comece a diminuir como o esperado. “Nós acreditamos que ela realmente vai descer, se não descer, lá vamos nós pensar em quanto tempo mais teremos que segurar o fôlego. Mas, por enquanto estamos contando que ao longo desses três meses a pandemia deve retroceder com algum vigor e nós estaremos fazendo nosso retorno seguro ao trabalho.”
Apesar das críticas do presidente a governadores e prefeitos, o ministro acredita que a democracia brasileira sairá fortalecida após a crise gerada pela Covid-19. Paulo Guedes não concorda com as críticas sobre a suposta inação do governo federal sobre possíveis medidas de combate à pandemia.
De acordo com o responsável pela política Econômica, a União já liberou mais de R$ 1 trilhão tanto para o setor público, quando para a iniciativa privada, lidarem com os efeitos do coronavírus. O ministro lembra que seria impossível para a União fiscalizar como todos os municípios estão utilizando esse dinheiro. Além disso, ele diz contar com o apoio dos Tribunais de Contas Estaduais nessa tarefa.
De qualquer forma, como explica Paulo Guedes, ainda é cedo para fazer uma previsão do real impacto da crise na economia brasileira. “O déficit vai ser muito alto, ele vai passar possivelmente de 15% do PIB. A dívida é que tenho receio que ela passe 100%. O PIB, qualquer previsão de queda é chute.”
Para o ministro a descoberta de que há 38 milhões de invisíveis, ou seja, pessoas que não estão no cadastro do governo e sequer possuem contas em bancos, reforça a necessidade no sistema tributário. Na avaliação dele, atualmente, se tributa demais a atividade produtiva e o consumo, e de menos a pessoa física que está isenta de pagar, por exemplo, imposto de renda sobre dividendos.
*Com informações do repórter Antonio Maldonado
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