Na mira de autoridades brasileiras, o ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes, apresentou um pedido para ser investigado e julgado no país. Cartes é alvo de um mandado de prisão preventiva da Justiça do Rio de Janeiro em um desdobramento da Operação Lava Jato.
No documento entregue ao Ministério Público (MP), o ex-presidente argumenta que os crimes imputados a ele teriam sido cometidos por lá, por isso, de acordo com o princípio da territorialidade, ele deveria ser julgado no Paraguai.
Além disso, Cartes se apresenta, no pedido às autoridades paraguaias como senador eleito, indicando que teria direito a foro privilegiado. A questão é controversa, uma vez que, apesar de ter sido eleito, ele não chegou a assumir.
O ex-presidente é investigado pelo envolvimento com o doleiro brasileiro, Dario Messer, conhecido como “o doleiro dos doleiros”, preso no fim de julho. Na ordem de prisão preventiva emitida a Cartes na semana passada, a Justiça brasileira afirma que Messer mandou uma carta ao ex-presidente paraguaio pedindo US$ 500 mil para cobrir gastos jurídicos.
As investigações brasileiras apontam, ainda, que, nos anos 1980, o acionista majoritário do banco Basa, criado por Dario Messer, era o pai de Horácio Cartes.
A Justiça indica, também, que o ex-presidente e o doleiro compraram um juntos uma fazenda na década de 1990.
Na última sexta-feira (22), o Tribunal Regional da Segunda Região negou um pedido de habeas corpus de Cartes.
Representantes do Ministério Público do Paraguai virão ao Brasil nos próximos dias para pedir à força-tarefa da Lava Jato o compartilhamento das investigações. O objetivo é apurar se o atual chefe do gabinete da Presidência da República paraguaia, Juan Ernesto Villamayor, teria acobertado o doleiro Dario Messer, para evitar a prisão no Brasil.
De acordo com trocas de mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF), o doleiro estaria disposto a pagar 2 milhões de dólares para ficar em território paraguaio.
*Com informações do repórter Renan Porto
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