quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Aumento no nível do rio ou mudança de coloração podem indicar cabeça d’água, alerta Defesa Civil

O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, fez um alerta, nesta quinta-feira (2), para frequentadores de cachoeiras, rios e lagos de todo o país. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele explicou como é possível identificar sinais de que uma cabeça d’água – tipo de enxurrada repentina – está a caminho.

Segundo Godinho, o fenômeno acontece quando há forte chuva em uma parte do rio. Durante a chuva, “essa água vai sendo transportada pelo espaço do rio que, por muitas vezes ser pequeno, faz com que ela ganhe força, potência e velocidade”, culminando em uma enxurrada. “Assim, a forte quantidade água chega de repente, em um local que não estava chovendo, pegando pessoas e arremessando contra pedras, árvores e etc.”, explica.

Foi exatamente esse fenômeno, a cabeça ‘água que matou, nesta quarta-feira (1º), três pessoas de uma mesma família na cidade de Guapé, em Minas Gerais. Émerson, Áurea e Dafne Carvalho de Magalhães Couto. Assista aos vídeos da enxurrada.

“O problema é que, às vezes, a chuva não está no local em que eles estão da cachoeira, e isso trás uma falsa dúvida para os banhistas, que acham que, como não está chovendo lá, eles estão seguros. A chuva pode não estar lá, mas está na cabeceira, local distante do rio, mas a água vai carrear para onde as pessoas estão”, afirma o tenente-coronel.

Ele ressalta que, para se prevenir, é importante ficar atento à previsão do tempo, cor e nível da água. “A primeira questão importante é acompanhar o sistema meteorológico. Depois, é ficar atento: percebendo qualquer aumento de nível da água ou mudança na sua coloração, precisa sair imediatamente. Se visualizar tempo fechado com chuva distante, também.”

De acordo com Godinho, o prolema maior é quando a chuva é repentina, exigindo ações mais ágeis de prevenção – o que pode ser mais difícil para crianças, idosos e até jovens e adultos, já que pedras no rio, por exemplo, podem dificultar a locomoção. “Por isso precisamos de ações preventivas, todos os locais com a possibilidade de cabeça d’água devem se preparar em gestão de risco e monitoramento, colocando sirenes”, finaliza.

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