Para combater efetivamente a corrupção, o principal desafio das instituições brasileiras em 2020 é atacar as estruturas e sistemas que permitem desvios.
Essa é a avaliação de especialistas que se reuniram nesta quinta-feira (23), em São Paulo, para discutir o mau desempenho do Brasil no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional.
Para Bruno Brandão, representante da entidade no Brasil, operações de repressão à corrupção, como a Lava Jato, são de extrema importância e devem continuar existindo, mas é necessário avançar e dar o próximo passo.
“Para efetivamente dar um salto no combate à corrupção, o país precisa atacar a raiz do problema, mudar as estruturas que permitem os esquemas se reproduzirem. Senão vamos ficar enxugando gelo.”
Segundo o diretor da Transparência Internacional, a maioria das promessas feitas por governos, judiciário e Congresso não saíram do papel: “2018, as eleições, o tema do combate à corrupção esteve no centro dos debates e promessas. Mas o que vimos em 2019 não condiz. Vimos pouca ação e retrocesso, não só do Governo Federal, mas do STF e Congresso também.”
O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e da Indústria de Base, Venilton Tadini, lembrou que o sistema de corrupção brasileiro está muito associado às empresas, públicas ou privadas.
Para ele, as companhias precisam mudar de postura e fazer uma reestruturação interna: “Tem que afastar gestão, acionista, a empresa tem que ser punida. O que não posso fazer é destruir uma estrutura produtiva, sem critério de planejamento e organização.”
O relatório do Índice de Percepção da Corrupção elenca algumas medidas para auxiliar no combate aos desvios e ilícitos na esfera pública.
Entre elas, estão reformas estruturais anticorrupção; a responsabilização de autoridades e o combate aos privilégios e o respeito às liberdades constitucionais de expressão da imprensa e da sociedade.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini
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