Parlamentares ingressam nesta sexta-feira (27) com uma representação à Justiça Federal do Distrito Federal pedindo a suspensão da campanha do governo do presidente Jair Bolsonaro sobre o novo coronavírus.
Intitulada “O Brasil Não Pode Parar”, a campanha fala sobre a retomada da economia com a reabertura de lojas e a volta das atividades sociais, que foram suspensas em todo Brasil para tentar diminuir a curva de contágio da Covid-19 no Brasil.
Na ação à qual a Jovem Pan teve acesso, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Felipe Rigone (PSB-ES) e Tabata Amaral (PDT-SP) afirmam que a campanha surge “em momento crítico no enfrentamento da pandemia no país, com quase três mil pessoas infectadas e cem mortos, o lançamento da campanha em questão atenta frontalmente contra a moralidade administrativa e a saúde e incolumidade públicas”.
Os parlamentares ainda pedem que os valores gastos com a campanha possam ser devolvidos aos cofres públicos. “Serão empregados quase cinco milhões de reais, mediante dispensa de licitação em favor da Secretaria Especial de Comunicação Social, sob o comando do Sr. Fabio Wajngarten – valor equivalente ao necessário para a aquisição de cerca de quatro milhões de testes rápidos de Covid-19, indispensável para salvar vidas humanas”, diz a ação.
A representação também afirma que Bolsonaro adotou uma “narrativa absolutamente leniente com a propagação do vírus” e que, com isso, contrariou as recomendações dos principais órgãos de saúde, que recomendam medidas de isolamento domiciliar.
“O Governo Federal, na figura de seu chefe último, contraria não apenas a ciência e o bom-senso; vai na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e coloca em risco a integralidade da população brasileira (mesmo daquela parcela que não figura no chamado grupo de risco”, diz o documento.
Uma foto com o título da campanha chegou a ser postada na conta oficial do governo no Instagram. Parte da campanha pelo fim do confinamento, um vídeo também foi distribuído no WhatsApp como o mesmo slogan da campanha mostrando autônomos e outras categorias que estão paralisadas devido a quarentena, que no estado de São Paulo deve terminar no dia 7 de abril.
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