sábado, 26 de outubro de 2019

‘Chile diminuiu pobreza, o que é diferente de desigualdade social’, diz especialista

O Chile atravessa uma onda de protestos populares, que começaram há cerca de 10 dias, com a revolta pelo aumento da passagem do metrô. A população aproveitou o momento e tomou as ruas em prol de outras reivindicações em torno da desigualdade social.

Na última sexta-feira (25), Santiago foi palco de um protesto que reúne cerca de um milhão de pessoas na Plaza Itália.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, o especialista em política internacional Sidney Ferreira Leite, declarou que, para o Brasil, é uma surpresa ver o que acontece no Chile nos últimos dias. “Nas ultimas décadas construímos o Chile como um modelo a ser seguido. Lá tem um fenômeno histórico sociológico porque eles diminuíram enormemente a pobreza – o que é diferente de desigualdade social.”

Sidney atribui as manifestações a forte ascensão da classe média, conhecida no Ocidente por encapar grandes bandeiras. “Hoje, no Chile, o estopim foi o aumento de tarifas. Isso desencadeou outras demandas da classe média. O Chile conseguiu equacionar problemas estruturais, mas os últimos governos – inclusive os socialistas – não conseguiram desenvolver políticas para alterar essa sensação de desigualdade.”

Crise na América do Sul

A Argentina passa, no próximo domingo (26), por mais uma eleição presidencial. A escolha de quem assumirá o pleito de ficar entre o atual presidente Mauricio Macri e Alberto Fernandez – que tem Cristina Kirchner como vice.

O país enfrente, especialmente nos últimos meses, uma enorme crise econômica. A inflação, por exemplo, já beira os 50%. “Mauricio Macri tentou, mas não conseguiu levar adiante. Ele gerou muita expectativa não só nos países da América do Sul, mas também internamente”, explica Sidney.

“Macri faz um retorno a um peronismo renovado. Ele tem um discurso mais cordial, com investimentos internacionais. Mas ate que ponto ele consegue equilibrar as expectativas internas, as pressões do peronismo e a necessidade de tornar a economia interdependente?”

De acordo com pesquisas recentes, o vencedor das primárias, Alberto Fernandez, deve derrotar Macri com cerca de 20 pontos percentuais.

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