Moradores de Paraisópolis se animam com mutirão para regularizar moradias, mas temem perder casas se iniciativa atrasar. Com mais de 100 mil moradores, a favela da zona sul de São Paulo é a segunda maior do Estado. Grande parte dos 21 mil domicílios não possuem título de propriedade da prefeitura nem do Governo do Estado.
Moradora de Paraisópolis há 46 anos, aposentada Maria José do Santos conta que tenta obter título de propriedade desde que chegou na comunidade. “Cheguei aqui em 13 de dezembro de 1974. Além de ser minha casa, ali também tem minhas raízes, meus amores. Filhos, netos, bisnetos, todos juntos”.
Na última quinta-feira, a Secretaria da Habitação do Estado deu início ao processo de regularização fundiária nos primeiros mil imóveis em Paraisópolis. Segundo o secretário Flavio Amary, a ação é um passo importante para muitas famílias. “É uma ação importante do Governo, reconhecendo a importância que tem ajudar o programa em todas as secretarias, em outras comunidades.”
Esse projeto faz parte do programa Comunidades, lançado pelo governo de São Paulo e pela Prefeitura da cidade em dezembro, após a tragédia que deixou nove mortos em um baile funk da favela. A dona de casa Gindalva, recebeu uma ordem de despejo no ano passado e ainda luta na Justiça para não ter de sair do local onde vive.
“A gente ter os documentos é bem melhor, assim a gente não perde nossa moradia. Se perder a moradia, não tem pra onde ir. Eu mesma tenho seis filhos, sou viúva e não tenho pra onde ir.”
Segundo o Governo, a decisão de regularizar os imóveis foi tomada em conjunto com os líderes da comunidade, a previsão é entregar em até um ano os títulos de propriedade.
* Com informações do repórter Leonardo Martins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário