Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o trabalho intermitente pagou, em média, menos de um salário mínimo em 2018.
Nessa modalidade, o empregado ganha por hora trabalhada e não há garantia de jornada ou remuneração mínima por mês. Esse tipo de contratação foi criado pela reforma trabalhista, em vigor desde novembro de 2017, com a promessa de gerar dois milhões de empregos em três anos.
A expectativa do governo na época era que o trabalho intermitente ajudasse no combate ao desemprego e na formalização da mão de obra. No entanto, a pesquisa demonstra que um em cada 10 contratos não gerou nenhuma renda para o trabalhador. O levantamento também mostra que, para cada três meses de trabalho, os trabalhadores ficaram dois meses à espera de serviço.
Para o professor de Economia e Administração da USP, Helio Zylberstajn, há aspectos positivos nesse modelo de contratação.
“A gente não pode pegar o salário mensal do intermitente para dizer que o salário geral está abaixando e que está precarizando. Se o intermitente trabalha menos horas e menos dias, ele vai ganhar menos por mês, é isso mesmo.”
Segundo o Ministério da Economia, a maioria das vagas de trabalho intermitente em 2019 foram para assistente de vendas, vigilante, faxineiro e servente de obras.
* Com informações da repórter Letícia Santini
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