Nesta sexta-feira (25), a capital do Chile é palco de um protesto que reúne cerca de um milhão de pessoas na Plaza Itália. A população critica o governo do presidente Sebastián Piñera e a falta de condições econômicas para a população mais pobre.
Bandeiras chilenas, apitos, cartazes e panelas são levados pelos manifestantes, que se concentram em uma marcha pacífica. Na periferia da capital, caminhoneiros e cidadãos que utilizam o transporte público do país bloquearam estradas, após terem decretado greve geral. Os caminhões circulavam lentamente pela rota que une o país de norte a sul, onde se somaram motoristas e ciclistas com bandeiras chilenas e cartazes.
Na tarde desta sexta, pessoas tentaram invadir o Congresso Nacional, mas foram detidos por Carabineros, a polícia chilena, com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água. O edifício teve que ser evacuado e as atividades suspensas.
Esse é o oitavo dia de protestos no país. Já são 19 mortes registradas, com 2.840 pessoas detidas e 295 feridas por armas de fogo. Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e atualmente alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, disse que enviará, na próxima segunda (28), uma missão para acompanhar os conflitos e examinar denúncias de violações dos direitos humanos.
Os manifestantes, que até o momento não são representados por organizações ou partidos políticos, expressam demandas de melhores salários, pensões e ensino público. As manifestações são as maiores desde o restabelecimento da democracia no país, após a ditadura do ex-presidente Augusto Pinochet (1973-1990).
Pacote de medidas
Piñera chegou a pedir “perdão” nesta semana pela “falta de visão” em relação às mobilizações no país. A agenda social anunciada pelo presidente na quarta inclui um aumento de 20% nas pensões e de 16% no salário mínimo, além de um projeto para reduzir os preços de medicamentos e reduzir o salário dos parlamentares, que recebem US$ 14 mil.
Nesta sexta, o presidente assinou um projeto que prevê um aumento de US$ 30 nas pensões dos mais pobres, que recebem em média US$ 150. A medida favorecerá cerca de 600 mil pessoas. A maioria dos chilenos ganha entre 400 mil e 500 mil pesos, equivalente entre US$ 562 a US$ 762, que não cobrem as necessidades básicas da população.
Apesar de uma série de problemas, os protestos culminaram após o decreto de um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, que passaria a custar 830 pesos, o equivalente a aproximadamente US$ 1. O governo também voltou atrás com o decreto, mas mesmo assim os manifestantes seguem pedindo a renúncia de Piñera.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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