Um pedido de parlamentares para que o presidente Jair Bolsonaro apoie a volta dos jogos de azar no país reabriu a discussão sobre o tema. Um projeto de lei, apresentado em 2016 autorizando a exploração em todo o território brasileiro, está pronto para votação em plenário da Câmara dos Deputados.
No entanto, a bancada evangélica se divide, pois teme problemas com a saúde pública, já que a OMS (Organização Mundial de Saúde) considera a atividade um incentivo ao vício. Os defensores dos jogos de azar alegam que o dinheiro arrecadado poderia ser revertido ao SUS ou à segurança pública.
Os cassinos foram proibidos no Brasil em 1946 e os bingos e as máquinas caça níquéis foram vetados em 2004.
O presidente da Associação Brasileira de Bingos, Cassinos e Similares, Olavo Sales da Silveira, avalia que a volta dos jogos seria positiva para a economia. “O governo arrecada tributos, a população passa a ter mais empregos, o jogo deixa de ser uma atividade que vai ficar na mão de contraventores, alimentar o crime organizado. A atividade proporciona lazer e ela é uma atividade que é suporte para o turismo”, disse, acrescentando que a prática de jogos é aceita por inúmeras populações.
Na semana passada, parlamentares evangélicos foram à tribuna para criticar a volta dos cassinos, como o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ). “O alvo desses lobistas é a Frente Parlamentar Evangélica. São os deputados evangélicos que, por uma questão de princípio, de fé e de estrutura e consciência moral, são contra os jogos de azar.”
Apesar da opinião do deputado Otoni de Paula, parlamentares e outros políticos evangélicos se dividem sobre o tema. Mas não é o caso do deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), que também se mantém contrário. “Há uma estatística mundial que, para cada US$ 1 arrecadado com jogos de azar, outros US$ 3 são gastos na desgraça que essa iniciativa provoca. Jogos de azar são sinônimo de escravidão, de vício, de miséria, de drogas, de legalização de dinheiro de corrupção e também do banditismo”, afirmou.
Silas Câmara acredita que a bancada evangélica está alinhada contra o retorno dos jogos de azar no Brasil.
O promotor José Carlos Blatt, também contrário à liberação, afirma recordar o passado e diz que a prática incentiva a lavagem de dinheiro e o crime organizado. “Locais que serviam exatamente para a lavagem de dinheiro do crime organizado, até do tráfico de drogas. As máquinas de caça níquéis todas desreguladas, de forma a favorecer apenas o explorador do jogo, e isto inclusive constatado pericialmente em diversas maquinas dessas casas que, à época, estavam legalizadas de acordo com a Lei Pelé.”
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal, acha que os jogos de azar podem trazer recursos à cidade.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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