A atriz Gabriela Toloi sabe que neste ano as cortinas do teatro vão demorar para abrir. Com a pandemia, os planos de estrear uma peça no primeiro semestre tiveram de ser repensados.
Não se sabe quando será possível retornar aos palcos. Por outro lado, Gabriela acredita que a crise tem mostrado a importância da arte na vida das pessoas.
O setor artístico é um dos mais afetados pela crise do coronavírus, já que vive, em parte, de plateias, de aglomeração, em ambientes fechados como cinemas, teatros e casas de show. Por essa característica, foi um dos primeiros a sofrer com restrições e será um dos últimos a voltar à normalidade.
De acordo com o Ministério da Cultura, 5 milhões de pessoas trabalham na indústria responsável por quase 3% do PIB brasileiro.
Para a produtora Joanna Henning, CEO do estúdio escarlate, o momento de incerteza exige reflexão e criatividade.
Braço fundamental do setor, o mercado musical também está apreensivo. Segundo o núcleo de pesquisas data sim, mais de 8 mil eventos foram cancelados nas últimas semanas e o prejuízo já soma quase R$ 500 milhões.
O produtor de eventos Marcelo Checon, responsável por festivais como Lolapalooza e Rock in Rio, é um dos que tem buscado com alternativas para atenuar a crise. Já a analista de dados do instituto, Renata Gomes, ressalta a necessidade de políticas voltadas para a área.
Recentemente, um grupo formado por artistas, diretores e produtores divulgou um vídeo questionando a secretária especial de cultura, Regina Duarte, pela demora na implementação de medidas para salvar o setor.
Em resposta, o governo federal apresentou uma proposta de flexibilização de prazos para aliviar o sofrimento do meio artístico. A proposta irá permitir que os projetos aprovados pela pasta e que possuem prazos de captação e execução inferiores a dezembro de 2020 sejam prorrogados até o fim do ano.
A medida estabelece também que os recursos para estes programas culturais poderão ser autorizados antes do valor mínimo arrecadado.
*Com informações do repórter Vinícius Moura
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