O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista aos jornalistas na noite desta terça-feira (28), que nunca negou que o coronavírus causaria mortes no Brasil. No entanto, ao ser questionado sobre o fato do País ter ultrapassado a China em número de óbitos, Bolsonaro respondeu que “não faz milagres”.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao próprio sobrenome.
“As mortes de hoje, a princípio, essas pessoas foram infectadas há duas semanas. É o que eu digo para vocês: o vírus vai atingir 70% da população. Infelizmente é a realidade. Mortes vão haver. Ninguém nunca negou que haveria mortes”, continuou.
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira que o Brasil registrou 474 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas. Este é o maior número de óbitos de um dia para o outro desde o início da pandemia. Com isso, entrou para a lista dos dez países com mais mortos por Covid-19.
Na mesma entrevista, Bolsonaro declarou se solidarizar com as famílias das vítimas. “Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas. Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás”, disse.
Questionado se conversaria com o ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre a flexibilização do distanciamento social, Bolsonaro afirmou que “não dá parecer e não obriga ministro a fazer nada”.
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