O estrago causado pela pandemia de coronavírus na economia da Europa começou a ficar mais claro nesta quinta-feira (30). Alguns países do continente divulgam os dados relativos ao desempenho da economia neste ano e os números são piores que o antecipado.
A começar pela França que entrou em recessão técnica ao divulgar contração da economia pelo segundo semestre consecutivo. O PIB do país caiu 5,8% nos primeiros três meses deste ano, um resultado ainda pior que o imaginado.
É a maior contração da economia francesa em um trimestre desde a Segunda Guerra Mundial. Mais desanimador ainda é o fato de que esse resultado se refere a janeiro, fevereiro e março.
Nos primeiros dois meses o país ainda tinha alguma atividade normal antes da epidemia chegar para valer. Os resultados para o trimestre atual certamente serão bem piores do que isso considerando que o país está parado desde meados de março.
Na Espanha, a queda do PIB no primeiro trimestre deste ano foi de 5,2% segundo dados divulgados cedo. Pior resultado em quase um século e, de novo, mais drástico que o antecipado por economistas.
As incertezas pela frente são tão grandes que o Banco Central do país projeta contração da economia em 2020 entre 6,6% e 13,6%.
Retomada
Está claro que a recuperação das economias europeias vai depender da flexibilização da quarentena. Mesmo assim, nenhum país está correndo para abrir comércio ou algo que o valha porque o risco de uma segunda onda é iminente.
A França já divulgou regras rígidas para a volta às aulas, por exemplo, que estão marcadas para o dia 11 de maio. Além dos trabalhos de descontaminação constante, utilização de máscaras, haverá também limitação de alunos por casa sala.
Espaços com 50m² poderão receber no máximo 15 estudantes para que o distanciamento mínimo de dois metros seja respeitado. Isso indica que mesmo com a reabertura nas próximas semanas a atividade econômica vai levar tempo para ser retomada.
Reino Unido
Na Grã Bretanha a expectativa é de que a quarentena, marcada para ser revista em 7 de maio, seja estendida mais uma vez. O primeiro-ministro Boris Johnson vai falar à nação nesta quinta e deve dizer que ainda é muito cedo para relaxar a quarentena por aqui.
Na quarta-feira (29) as estatísticas do coronavírus em território britânico foram atualizadas para adicionar os casos de mortes fora de hospitais. Com isso, descobriu-se que o país tem mais de 26 mil fatalidades causadas pelo covid-19.
A marca de mais de mil mortes diárias foi rompida em oito dias durante o mês de abril. Por isso, mesmo com a economia sofrendo um choque sem precedentes na história recente, o país deve continuar trancafiado por um bom tempo.
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