A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil no mundo e o primeiro em termos de América Latina. O país é o maior comprador dos produtos brasileiros manufaturados.
Atualmente, 5% por cento das exportações brasileiras vão para os o país vizinho. Quando se considera só o setor industrial, esse número sobe para 20%.
Mas a crise econômica na Argentina já tem impactado o Brasil. De janeiro a setembro deste ano, as exportações aos hermanos despencaram 40% se comparadas ao mesmo período do ano passado. O receio, agora, é que esse cenário piore ainda mais se Alberto Fernández for eleito no próximo domingo (27).
Pesquisas recentes mostram que a chapa composta por ele e pela ex-presidente Cristina Kirchner está quase 20 pontos percentuais à frente de Mauricio Macri, que tenta a reeleição. A principal preocupação é que, assim como no passado, Kirchner adote uma postura de maior intervenção estatal na economia.
Mais preocupado ainda parece estar o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que já comparou Cristina à ex-presidente Dilma Rousseff. Ele também afirmou ter medo do futuro do Rio Grande do Sul.
“Não se esqueçam que mais ao Sul da Argentina, o que aconteceu nas eleições de ontem. A turma da Cristina Kirchner, que é a mesma da Dilma Rousseff, que é a mesma de [Nicolás] Maduro, [Hugo] Chavez e Fidel Castro, deram sinal de vida aqui. Povo gaúcho, se essa esquerdalha voltar aqui na Argentina, nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul, um novo estado de Roraima. E não queremos isso. Irmãos argentinos fugindo para cá tendo em vista o que de ruim parece que deve se concretizar por lá caso as eleições prévias realizadas ontem se confirmem no mês de outubro”, disse.
A declaração do presidente foi dada no dia seguinte à vitória surpreendente de Fernández nas eleições primárias, em agosto. Na ocasião, ele obteve 47,7% dos votos. O atual presidente, Maurício Macri, ficou 15 pontos percentuais atrás, com 31,7% por cento dos votos.
Dias depois da fala de Bolsonaro, Fernández respondeu o presidente brasileiro. Segundo o argentino, Bolsonaro pode ficar tranquilo, pois ele não pretende fechar a economia, caso vença as eleições.
As eleições gerais da Argentina estão marcadas para acontecer no próximo domingo (27). Vence no primeiro turno o candidato que tiver 45% dos votos válidos ou então, aquele que obter 40% dos votos e estiver dez pontos percentuais à frente do segundo colocado.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
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