quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Nomeada para substituir presidente do Peru, vice renuncia e pede eleições

Um dia depois de ser escolhida pelo Congresso do Peru para substituir o então presidente Martín Vizcarra, Mercedes Aráoz renunciou ao cargo na noite desta terça-feira (1º). Através de suas redes sociais, a vice também pediu por novas eleições no país.

“Decidi renunciar irrevogavelmente ao cargo de Vice-Presidente Constitucional da República. Espero que minha demissão leve à convocação de eleições gerais no menor prazo para o bem do país”, escreveu, no Twitter.

Ela havia sido escolhida para o cargo na segunda-feira (30), após Vizcarra decidir de dissolver o Congresso, alegando que a forma usada pelos parlamentares para a nomeação de magistrados não era transparente. A casa é formada por maioria opositora e esta seria uma forma de limitar a atuação da oposição.

Após a sentença, os parlamentares julgaram como ilegal a ação do presidente e aprovaram a suspensão de Vizcarra, nomeando a vice, Mercedez Araoz, par ocupar o cargo. A manobra, no entanto, não foi reconhecida pelo Executivo e nem pelas forças de segurança.

No mesmo dia, a vice havia minimizado seu juramento de posse. Em entrevista à rede BBC, ela afirmou que este foi apenas um “ato político” e ainda reiterou que a sua intenção é mostrar que as diferenças entre os poderes podem ser resolvidas através do diálogo.

Conflitos

Antes da renúncia de Aráoz, o conflito entre os poderes Executivo e Legislativo do Peru já haviam se intensificado nesta terça-feira (1º). Após a dissolução do Congresso, ooliciais bloquearam a entrada de parlamentares na sede do Legislativo. Foi permitido o ingresso somente de congressistas que compunham o grupo da Comissão Permanente, que está substituindo o Parlamento durante a dissolução.

O entorno do prédio estava cercado pela polícia e muitas pessoas estiveram presentes para manifestar apoio à decisão do presidente. A manhã foi conturbada, e um parlamentar que estava proibido de entrar foi atingido por um cone.

Entenda

Para dissolver o Congresso, Vizcarra utilizou de um artifício previsto na Constituição peruana que é usado quando a Câmara recusa considerar dois projetos de lei do governo. Ele assumiu a presidência em março de 2018 e tem marcado seu mandato pela atuação no combate à corrupção. Além do apoio de boa parte da população, as Forças Armadas e a polícia também se posicionaram a favor do presidente.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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