O avanço do novo coronavírus ao redor do mundo ainda gera muitas incertezas, especialmente no que diz respeito à economia. De acordo com um estudo promovido pela Allianz, alguns cenários mostram quando a retomada pode acontecer – a depender do controle da doença e dos resultados do isolamento.
Para analisar o possível impacto dos lockdowns, os economistas revisaram os dados de janeiro a fevereiro da China, o primeiro epicentro da doença. Os dados mostraram que um mês de confinamento provocou um declínio de 13% nos gastos dos consumidores, uma queda de 20% nos investimentos e baixa de 16% nas exportações.
Isso sugere que cada mês de lockdown poderia causar uma queda de 7 a 10% no Produto Interno Bruto (PIB). Supondo que o lockdown tenha terminado no final de abril e a atividade normal seja retomada no final de junho – metade das perdas mensais são restauradas em maio e 80-90 por cento em junho – a cifra poderia ser alcançada no segundo trimestre.
Se os governos conseguirem controlar o contágio, a atividade econômica poderá se recuperar no segundo semestre. Nesse cenário de recuperação em forma de U, onde os níveis normais são restaurados logo após uma queda, uma recessão grave caracterizaria a primeira metade de 2020. O crescimento global pode ser de 0,8% no ano, com os EUA crescendo 0,5%, mas a Zona Euro estão enxergando uma contração de 1,8% em sua produção econômica.
Mudanças estruturais
O estudo ainda prevê diversas mudanças no comportamento mundial quando a pandemia for superada.
Confira as projeções:
Investimentos no sistema de saúde: Depois de anos em segundo plano, os sistemas de saúde voltarão a ser o centro das atenções, pois o vírus enfatiza a necessidade de sistemas de saúde pública mais fortes.
Importância da China: o gigante asiático foi o primeiro a ser afetado pelo coronavírus. Devastado pelo vírus, o país não está apenas reiniciando, mas também oferecendo suporte e experiência a outros epicentros. O evento reforça a importância da China na economia global.
Localização sobre a globalização: os países se voltaram para dentro quando o vírus se espalhou e o repentino choque na cadeia de suprimentos deixou muitas empresas com problemas. As empresas podem ficar tentadas a olhar mais de perto para suas necessidades enquanto tentam minimizar as chances de tais choques no futuro.
Lidar com outros desafios: a crise pode mudar a maneira como enfrentamos outros desafios, como as mudanças climáticas, outro desafio exponencial, probabilístico e coletivo à nossa frente.
Os padrões de investimento podem mudar: poucos duvidam que o surto mude como trabalhamos, como compramos e como viajamos. O que também pode mudar é como investimos … ou não. Isso poderia até inspirar a criação de novos produtos financeiros.
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