Apesar do Estado de São Paulo concentrar o maior número de casos do novo coronavírus, é o Distrito Federal que soma mais positivos para covid-19 em relação ao número de habitantes.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, na noite da quarta-feira (1º), São Paulo tem 2981 confirmados. Já o Distrito Federal tem 355 positivos.
Enquanto São Paulo tem 46.193.324 habitantes, de acordo com as projeções do IBGE para 2020, o Distrito Federal tem apenas 3.042.317. Isso faz com que a quantidade de casos no DF seja pouco mais de duas vezes maior do que na maior capital do Brasil.
O coeficiente de incidência por 100 mil habitantes é de 11,6 para o Distrito Federal e de 6,4 para São Paulo. Já em relação às regiões, a Sudeste tem coeficiente de 4,7 por 100 mil habitantes e a região Centro-Oeste 3,1. Os dados também foram divulgados pelo Ministério.
De acordo com a infectologista do Laboratório Lavoisier, Maria Isabel Moraes Pinto, os cuidados são os mesmos para evitar a propagação da doença.
“Cada dia que passa aumenta o número de casos confirmados e também o de mortos. Nós diminuímos a transmissão do vírus realizando diariamente uma intensa higiene das mãos e locais tocáveis do corpo, seja com água e sabão ou álcool em gel, e promovendo o distanciamento social.”
Quando se fala em distanciamento social, é interessante analisar também o número de casos confirmados comparados com a área dos estados mencionados: o Distrito Federal ocupa o espaço de 5.802km²; São Paulo, de 248.209 km².
Isso significa que no território distrital é possível encontrar um caso confirmado de coronavírus a cada 16,3 km². Já em São Paulo, essa distância aumenta para 83,2 km².
No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha confirmou que a quarentena será prorrogada pelo menos até maio. Em São Paulo, o Centro de Contingência contra a covid-19 sinalizou que o isolamento social na capital paulista também pode ser estendido.
O governador de Goias, Ronaldo Caiado, estado situado ao redor do Distrito Federal, pediu aos goianos que não entrem em contato com os brasilienses e que evitem ir a Brasília.
A declaração foi dada no último dia (26), após a primeira morte confirmada no Estado, em uma região no Entorno no DF. Lá, a incidência é de 1 caso a cada 100 mil pessoas, enquanto a média brasileira é de 3,2.
Casos subnotificados
Ainda que os números já assustem, é preciso lembrar que a expectativa é de que os casos estão sendo subnotificados — seja pelo baixo número de pessoas testadas ou pela demora na divulgação do resultado dos exames.
Na coletiva concedida à imprensa pela OMS na última segunda-feira (30), o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, reforçou a necessidade de serem realizados o maior número possível de testes para a detecção da covid-19.
Para tentar atender o pedido da Organização, o Ministério da Saúde divulgou no último dia 25 que irá ampliar para 22,9 milhões a quantidades de testes feitos no Brasil. Os testes adquiridos são referentes a compras diretas, doações e parcerias público-privadas.
De acordo com o secretário nacional de Vigilância Sanitária, Wanderson Oliveira, “testando mais pessoas, o Brasil será o país que provavelmente terá o maior número de casos confirmados de coronavírus porque será o que vai chegar mais próximo do número real de infectados.”
Dividido em dois tipos, o teste de sorologia visa garantir a segurança dos profissionais de saúde. Apenas nos hospitais particulares de São Paulo, mais de 500 trabalhadores já foram afastados por esse motivo.
Na segunda-feira (30), primeiro lote com 500 mil kits de testes rápidos para o novo coronavírus, comprados pela mineradora Vale, chegaram ao Brasil. O teste tem registro na Anvisa e permite que se tenha um resultado em apenas 15 minutos. Serão doados pela empresa, no total, 5 milhões de kits.
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