Os britânicos receberam um balde água fria nesta quarta (22) durante a coletiva diária do governo sobre as medidas de combate ao coronavírus. Os ânimos já andam bastante abatidos por conta das estatísticas mórbidas divulgadas direto dos hospitais.
Só na quarta foram 763 mortes registradas no período de 24 horas levando o total de fatalidades causadas pelo coronavírus a 18,1 mil pessoas.
Logo no início da crise o governo conservador estimou que, se o país mantivesse o total de mortos em 20 mil pessoas, a marca poderia ser considerada razoável — colocando em perspectiva o tamanho do problema.
Como as subnotificações continuam ocorrendo é bem provável que já tenha morrido muito mais gente do que isso na Grã Bretanha. Pior de tudo é que a crise ainda está muito longe de acabar e a vida não irá voltar ao normal tão cedo.
O médico chefe do governo britânico, o professor Chris Whitty, voltou a dizer que sem vacina e sem medicamento cientificamente comprovado, o distanciamento social terá que continuar.
Whitty ressaltou que precisamos ser muito realistas. Se as pessoas esperam que, de repente, mude de onde estamos agora confinados, para uma situação em que subitamente tudo volta como era antes, essa é uma expectativa totalmente irrealista. Teremos que fazer muitas coisas por um período bastante longo.
O médico ainda lembrou que a possibilidade de uma vacina ser encontrada ainda neste ano é mínima. Por isso, o governo conservador já começa a preparar a população para conviver com o distanciamento social até o ano que vem.
Na verdade, esse discurso já vem sendo feito há algum tempo. Os conservadores britânicos nunca minimizaram o tamanho do problema. Inicialmente o governo falou que as medidas de quarentena poderiam durar seis meses — agora falam em restrições até 2021.
Isso não quer dizer que o país ficará em quarentena completa por todo este período, mas o aviso é de que quando reabrir — e a gente sequer sabe quando isso irá ocorrer — grande parte das restrições continuará ocorrendo.
E é importante lembrar que estamos falando da Europa, onde a pandemia está algumas semanas à frente do Brasil. A situação por aqui começa a ser estabilizada só agora e ainda assim as precauções para evitar uma segunda onda são levadas muito a sério.
As preocupações com a economia não são pequenas até porque o próprio governo britânico reconhece que o PIB do país deve encolher mais de 35% somente neste trimestre.
Isso dá uma medida do tamanho da catástrofe que está ocorrendo. Ainda assim, arriscar um flexibilização das medidas de restrição agora seria impensável na Grã Bretanha.
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