O conselho que representa os secretários estaduais de Educação criticou a manutenção das datas do Enem, principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil.
Segundo o órgão, alunos da rede pública, que estão sem aulas por causa das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, podem ser prejudicados.
Em nota, o Consed afirmou que a manutenção do calendário “deverá ampliar as desigualdades” entre os estudantes do ensino médio em todo o país no acesso à universidade.
Entre outros pontos, os secretários de Educação pedem que o governo aguarde o final da suspensão de aulas para definir as datas do exame e amplie o prazo para as inscrições.
As provas tradicionais, em papel, vão ocorrer nos dias primeiro e oito de novembro. Já a aplicação digital, feita em computador em projeto piloto, está prevista para os dias 11 e 18 de outubro.
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e a União Nacional dos Estudantes também se posicionaram pelo adiamento do Enem deste ano.
O Inep, por outro lado, reiterou que a edição anual do Enem é um processo que envolve não só os alunos, como também os órgãos de segurança federais e estaduais, o Exército, as instituições de ensino e os Correios.
Em nota, o Instituto reforçou a importância da publicação do edital e disse que está aberto ao diálogo com todas as entidades que representam o ensino superior público e privado.
Para a aluna de um cursinho particular de São Paulo, Rayane Costa, que tenta uma vaga no curso de Medicina, foi um alívio saber que as datas serão mantidas. Ela reconhece, no entanto, que muitos brasileiros podem ser prejudicados.
Em cursinhos particulares de São Paulo, algumas medidas foram adotadas para preparar os alunos para os vestibulares mesmo com a quarentena domiciliar. Para o diretor do Anglo Vestibulares, Daniel Perry, estudar de maneira remota e online exige mais disciplina.
Nesta quarta-feira (1º), o governo federal editou uma medida provisória permitindo que escolas e redes de ensino não cumpram o mínimo legal de 200 dias letivos de aulas presenciais por causa do coronavírus.
A flexibilização vale tanto para a educação básica quanto para o ensino superior.
O texto ainda permite adiantar a formatura de estudantes de medicina, farmácia, enfermagem e fisioterapia, contanto que os alunos tenham cursado uma carga mínima de curso.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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