2019 marcou uma mudança na carreira de um dos personagens mais importantes da história recente do brasil. O juiz Sergio Moro abandonava o protagonismo conquistado à frente da Operação Lava Jato para assumir um outro papel de destaque: o de ministro da justiça e segurança pública do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Em 22 anos de magistratura, ele condenou empresários, doleiros e políticos, como o ex-presidente Lula.
No pronunciamento de posse, Moro reafirmou o compromisso de fortalecer o combate à corrução.
Logo no primeiro ano, Moro já se tornou o ministro mais bem avaliado do governo.
Apesar da promessa de carta branca de Bolsonaro, encontrou o primeiro obstáculo logo no segundo mês de ministério. Pressionado por apoiadores do governo, o ministro teve que revogar o nome da cientista política Ilona Szabó para o conselho de política criminal e penitenciária.
Dois meses depois, mais um revés. O Coaf, conselho de controle de atividades financeiras, foi retirado do Ministério da Justiça e transferido para o da Economia.
Moro defendia que o órgão era um instrumento importante no combate ao crime organizado.
Ele também pediu ao presidente do STF, Dias Toffoli, que revogasse a decisão de suspender inquéritos criminais que usassem dados de órgãos de controle, como o Coaf.
A medida foi tomada após um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro e paralisou as investigações do ministério público do rio de janeiro sobre o filho do presidente Jair Bolsonaro.
Ainda no ano passado, conviveu com o vazamento de trocas de mensagens entre ele e integrantes da lava jato.
O conteúdo publicado pelo site The Intercept levantou suspeitas sobre a conduta da operação. Moro considerou criminosa a divulgação dos diálogos.
Ele também encontrou dificuldades para aprovar o pacote anti-crime, principal projeto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que acabou sendo desidratado pela Câmara.
Além disso, Bolsonaro sancionou uma das medidas incluídas pelos deputados que mais incomodava o ministro: a criação do juiz de garantias.
No início deste ano, o presidente cogitou desmembrar o ministério da justiça e segurança pública.
A hipótese desagradou o ministro Moro e o presidente voltou atrás na decisão.
Já em meio à pandemia do coronavírus, Moro se posicionou à favor das medidas de isolamento defendidas pelo então ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta. As ideias divergiam das de Bolsonaro.
A relação de Moro e Bolsonaro se deteriorou após a demissão do diretor-geral da polícia federal, Maurício Valeixo, homem de confiança do ministro.
Moro é o oitavo ministro a deixar o governo bolsonaro, em quase 16 meses de mandato.
*Com informações de Vinícius Moura
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