O deputado federal, Aécio Neves (PSDB-MG) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O parlamentar é acusado de ter recebido R$65 milhões em propinas de duas grandes construtoras quando exercia os cargos de senador e governador do estado. A denúncia feita pela PGR ao Supremo Tribunal Federal aponta que o mineiro recebeu R$ 30 milhões da Odebrecht e R$ 35 milhões da Andrade Gutierrez em vantagens indevidas.
Em contrapartida, beneficiou as companhias em obras de infraestrutura como o projeto do Rio Madeira e as usinas hidrelétricas de Santos Antônio e Jirau.
De acordo com a acusação, Aécio camuflou o recebimento das propinas por meio de um complexo esquema que envolvia uma contabilidade paralela e entrega de recursos por meio de doleiros e transportadoras. Além disto, era utilizada uma empresa com sede no exterior e pessoas intermediárias eram responsáveis por ocultar o dinheiro de origem ilícita.
Entre os envolvidos no esquema, estão Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, e o empresário Alexandre Accioly, que também foram denunciados.
A investigação teve início a partir de delações premiadas de executivos da Odebrecht, que acusaram o deputado de fazer parte de um esquema de corrupção. Ao longo das apurações, doleiros confirmaram os repasses a pessoas ligadas ao parlamentar. Agora, o STF irá decidir se aceita ou rejeita a denúncia contra Aécio Neves.
O congressista já é réu em outro caso em que é acusado de receber R$ 2 milhões em propinas da JBS. Ele foi gravado pelo dono da companhia, Joesley Batista, negociando pagamentos de valores.
A defesa de Aécio nega as afirmações e diz não há e nunca houve qualquer crime por parte do cliente e que foi demonstrado exaustivamente que as conclusões alcançadas são mentirosas e desconectadas dos próprios relatos dos delatores e das próprias investigações da Polícia Federal.
*Com informações do repórter Daniel Lian
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