A corrida eleitoral britânica entra em sua fase decisiva. Faltam pouco menos de três semanas para o dia da votação – 12 de dezembro. As pesquisas de opinião continuam mostrando uma vantagem confortável para os conservadores, acima dos 10 ponto percentuais.
Mas, não achem que alguém está dando a eleição como decidida. Até agora, não. Essa vantagem, embora pareça mesmo confortável, no final das contas não diz tanta coisa assim.
São vários os fatores que ajudam a entender o cenário da política britânica nesse momento. Primeiro, o fato de que as pesquisas de opinião no Reino Unido erram – e erram feio. Foi assim nas eleições de 2017, no referendo de 2016 e na eleição-geral de 2015.
Nessas ocasiões os levantamentos erraram bastante, com uma margem muito grande em relação ao que de fato foi apurado nas urnas.
Outra questão é o sistema de voto do Reino Unido. A Câmara dos Comuns tem 650 cadeiras distribuídas pelos quatro países que formam o Reino Unido da Grã-Bretanha.
Então não importa, no final das contas, a vantagem nominal – quem vai ter mais votos no total da eleição. O que importa é quem conquista cada distrito. As eleições são disputadas distritalmente.
Cada uma das regiões tem mais ou menos 70 mil eleitores. Se um partido vence uma região com 100% ou 50,1% dos votos, não faz diferença. O que vale é conquistar a cadeira.
Por isso a oposição acha que ainda tem chances de voltar a governar – sobretudo se os trabalhistas conseguirem se aliar aos unionistas da Escócia ou os liberais-democratas – que são a terceira força da política britânica.
O tema principal segue sendo o Brexit e cada partido tem uma visão bastante diferente de como encarar essa questão.
Os conservadores prometem entregá-lo até o final de dezembro, levando adiante o acordo firmando entre Bruxelas e Boris Johnson. Já os trabalhistas dizem que vão voltar a Bruxelas, renegociar o acordo e fazer um novo referendo – inclusive colocando a opção de cancelar totalmente o Brexit.
Por fim, os liberais-democratas afirmam que querem cancelar essa historia toda porque não querem o divórcio. Eles afirmam que, se conseguirem a maioria, vão reverter todo o processo.
Os eleitores britânicos já não aguentam mais falar em eleição já que essa será a segunda em dois anos. E muito menos em Brexit.
O ânimo dos eleitores nessa reta final pode ser decisivo para essa historia – que já se prolonga há mais de 3 anos – que é a separação do Reino Unido da União Europeia.
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