Após o empresário Carlos Ghosn fugir do Japão, começam a surgir os primeiros detalhes de como ele teria saído de um dos países mais seguros do mundo, mesmo estando impedido de viajar.
O ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi estava em prisão domiciliar, em Tóquio, acusado de má conduta financeira, por omitir parte dos rendimentos e utilizar indevidamente verbas das empresas. Desde então, o brasileiro, que tem um patrimônio estimado em US$ 120 milhões nega ter cometido qualquer irregularidade.
Agora, Ghosn está no Líbano, país que não tem acordo de extradição com o Japão e que ele tem cidadania.
Segundo a TV libanesa MTV, a fuga foi realizada por um grupo “paramilitar”, que entrou na casa do executivo sob o disfarce de uma banda de música. E, na saída, o empresário, de 65 anos, fugiu escondido em uma caixa destinada a transportar instrumentos musicais, despistando um forte esquema de vigilância montado pelas autoridades japonesas.
Ele era monitorado, por exemplo, um sistema de vídeo em sua casa e tinha limitações para uso de celular e computador e foi obrigado a entregar os passaportes para o advogado. Em seguida, ele saiu do Japão em um jato particular.
Em um comunicado, Ghosn disse que não fugiu da Justiça, mas sim “da injustiça e da perseguição política”. O brasileiro disse que “não vai mais ser mantido refém pelo viciado sistema de justiça japonês, em que a culpa é presumida, a discriminação é desenfreada e direitos humanos básicos são negados”.
Por fim, ele afirmou que agora poderá, finalmente, se “comunicar livremente com a imprensa” e espera “começar a fazer isso na próxima semana.”
O advogado japonês, que representa o brasileiro, afirmou que está “estupefato” com a notícia e que não falou recentemente com o cliente.
Segundo o jornal An-Nahar, o ministro de Estado libanês para assuntos presidenciais, disse que Ghosn entrou legalmente no Líbano com um passaporte francês e que nenhuma medida contra ele será tomada.
*Com informações do repórter Afonso Marangoni
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