Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a tabela do frete levou o setor a investir mais em frotas próprias de veículos e a empregar menos caminhoneiros autônomos. De acordo com o levantamento, entre 685 empresas consultadas, 16% dizem ter reduzido as contratações desses motoristas depois da greve de maio do ano passado.
Em muitos casos, a solução encontrada pelas companhias para o transporte das mercadorias tem sido usar veículos próprios: 18% das indústrias relatam que passaram a utilizar mais as frotas internas desde a paralisação, e apenas 3% diminuíram o uso.
Para o gerente-executivo de Relacionamento com o Poder Executivo da CNI, Pablo Cesario, fica claro que a decisão de estabelecer preços mínimos para o frete usando prejudicou os caminhoneiros. “Quem contratava autônomo começou a contratar empresa, quem contratava empresa de transporte começou a formar frota própria. Esse é um efeito não intencional e negativo, porque vai exatamente contra o que se pretendia ao implantar essa política, que era melhorar a vida dos caminhoneiros.”
Segundo Cesario, a mudança aumenta os custos das indústrias. “Serviços que eram terceirizados, e eram terceirizados porque eles faziam melhor do que nós, do que a indústria, do que quem produz. Nosso negócio é produzir, não era transportar. Então o que aconteceu? A gente teve que incorporar essas frotas e criar uma nova competência que nós não tínhamos, ou seja, nós nos tornamos menos eficientes com isso”, explica.
De acordo com as indústrias ouvidas pela CNI, o preço médio do frete, agora, está 11% acima do que era praticado antes da criação da tabela. Com o transporte mais caro, os preços dos produtos subiram. Segundo a pesquisa, a alta para o consumidor seria de, em média, 5%.
*Com informações do repórter Vitor Brown
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