O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou, nesta quinta-feira (26), que o governo está descontingenciando recursos para as universidades federais do país. No mesmo dia, a Universidade Federal do Paraná informou que a restrição orçamentária poderia comprometer as aulas de mais de 34 mil alunos.
Weintraub, no entanto, negou tenha faltado recursos essenciais para as instituições. “Não houve nenhum bandejão sem alimento, que a gente descobriu que tem uma universidade que desviou recurso de ajuda universitária, as universidades estão funcionando, está havendo descontingenciamento agora e as coisas vão seguir a vida normal”, disse.
Ele voltou a defender a contratação de professores no regime CLT para universidades que aderirem ao programa Future-se, e foi incisivo no discurso contra altos salários pagos a profissionais concursados. “Eu tenho que ir atrás de onde está a zebra mais gorda, que é o professor de uma federal, com dedicação exclusiva, que dá 8 horas de aula por semana e ganha de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês.” Segundo o ministro, cerca de 15 universidades já estariam interessadas em aderir ao programa.
Weintraub esteve em evento em São Paulo com diretores e reitores de universidades privadas. No evento, o presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior (Semesp), Hermes Fonseca, questionou o que o governo poderia fazer para recuperar o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
Em resposta, o ministro foi enfático em dizer que o estado não iria ajudá-los. “O que o governo vai fazer por vocês? Nada. Fazer nada. Vocês tem que se virar”, declarou.
Para o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, a fala do ministro preocupa. “É lógico que nos cursos, mais liberal, você fala não, deixa que o mercado se entende, quem puder faz, quem não puder não faz, mas não é assim que funciona na prática. A educação não é um bem que você consegue um financiamento como você consegue de um carro, de uma casa, etc., então precisa ter política pública para isso, né.”
O ministro da educação também defendeu um modelo de autorregulação das universidades particulares, sem necessidade de avaliação direta pelo MEC.
*Com informações da repórter Victoria Abel
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