segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Indústria de SP precisará requalificar 3,3 milhões de trabalhadores até 2023

O gerente de Estudos e Prospectiva do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Márcio Guerra Amorim, comentou, nesta segunda-feira (30), os dados do Mapa do Trabalho Industrial elaborado pela instituição. De acordo com o relatório, o estado de São Paulo precisa qualificar 3,3 milhões de profissionais industriais até 2023, mas a maioria deles já está inserido no mercado de trabalho.

“Desses 3,3 milhões, uma parte significativa dele, 75%, vai estar focado na formação continuada e na requalificação de trabalhadores, e 25% na formação de novos pra ingressar no mercado de trabalho”, explica Amorim em entrevista ao Jornal da Manhã. Segundo ele, o número de profissionais que já está atuando na área, mas vai precisar de requalificação é grande já que, no Brasil, ainda não há a cultura de que “a formação profissional e a busca pelo conhecimento são contínuas”.

“Não é porque os 75% já estão atuando, já tem algum tipo de formação, exercem e estão no mercado de trabalho que elas não devem buscar uma qualificação. Então essa requalificação vai se dar de forma complementar, continuada e de atualização tecnológica. Esse é um ponto crucial para o nosso país nos próximos anos, onde a cultura da qualificação não vem em primeiro lugar”, continua.

Para o gerente, cursos técnicos e de qualificação aumento significativamente as chances de um trabalhador ingressar no mercado, mas é preciso manter-se atualizado para não perder o posto. “Logicamente, após a requalificação, ele pode continuar se atualizando e estudando.”

Amorim ressalta, no entanto, que fazer um grande número de cursos sem objetivo também não é vantajoso. “Esse é um problema grande: por falta de informações, as pessoas às vezes acreditam que, por fazer mais cursos, estão mais qualificadas, e na verdade isso acaba não acontecendo. Escolher a área onde há mais oportunidades é um desafio.”

“O Mapa do Trabalho tem justamente a função de ajudar as pessoas a escolher o caminho certo. As chances de ingressar no mercado de trabalho [com a orientação do mapa] acabam sendo um pouco maiores em relação à corrida pela qualificação sem nenhuma orientação”, finaliza.

 

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