segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Governo quer novo Minha Casa, Minha Vida, com foco no Norte e Nordeste

Para tentar minimizar as cobranças, inclusive de aliados, de mais recursos para programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o governo tenta fechar, nos próximos dias, sua remodelagem. A intenção é que o foco, a partir de agora, fique no Norte e no Nordeste do país.

O ministro do Desenvolvimento, Gustavo Canuto, lembra que o programa sempre foi muito centrado no Sul e Sudeste e agora pretende privilegiar a camada mais pobre da população. “A gente quer atender aquelas famílias que, infelizmente, por uma situação ou outra não podem acessar o mercado de crédito, não tem como tomar um empréstimo ou financiamento e precisam de um auxílio. E aquelas famílias que estão em situação de precariedade,que estão em moradias que realmente trazem até uma indignidade humana. A gente quer atacar esse público.”

Apesar das intenções, o dinheiro ainda é um problema. O governo não sabe, exatamente, quanto poderá investir no ano que vem. De acordo com o ministro, no entanto, a ideia é apresentar ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) o novo modelo até novembro, para que seja possível formatar e anunciar o novo MCMV em dezembro. A meta é já no primeiro trimestre do ano que vem é começar a atender “as pessoas, e não os interesses das construtoras ou incorporadoras”.

No Congresso Nacional, o tema também é alvo de debates. Na semana passada, parlamentares da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados denunciaram que o programa corre o risco de ser paralisado por conta dos cortes de recursos. O deputado Eli Borges (Solidariedade-TO) cobrou a necessidade de mais dinheiro.

“Eu que sou de direita e apoiei o presidente Bolsonaro, tenho defendido isso. Nós tivemos avanços significativos, agora, no quesito moradia o que se pede é o cumprimento do princípio constitucional, o direito a moradia.” Ele admite que os problemas do MCMV são antigos, inclusive as irregularidades, mas que é preciso buscar formas de se atender a quem realmente precisa.

Vale lembrar que o programa, que foi criado durante os governos petitas, já tem dez anos.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin 

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