O parlamento britânico retoma suas atividades nesta quarta-feira (25) em pé de guerra, depois que a Suprema Corte do país impôs uma dura derrota ao Governo. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, encurtou sua viagem aos Estados Unidos para acompanhar a reabertura da Câmara dos Comuns.
Ainda em Nova York, Johnson adotou tom desafiador e indicou que não pretende renunciar ao cargo. Porém, a situação dele é bastante delicada.
Em três meses de governo Boris Johnson sofreu uma derrota sem precedentes na Suprema Corte, perdeu a maioria que os conservadores tinham no parlamento, expulsou 21 parlamentares do partido, viu até o irmão dele pedir demissão do Governo e teve sua estratégia para entregar o Brexit destroçada pelos rivais e pela justiça.
É uma lambança surpreendente até mesmo para uma figura política controversa e imprevisível como Johnson.
A realidade é que ele só não cai agora mesmo porque a oposição de fato não quer – e em certa medida nem os eleitores querem. Todos especulam por aqui quais serão os próximos capítulos dessa trama depois de mais um plot twist inesperado.
A oposição não deve apresentar uma moção de desconfiança contra o Governo porque antes quer que o Brexit seja adiado. Porém, Boris Johnson não tem mais capacidade de Governar com o parlamento como está. Ele não tem forças sequer para convocar uma eleição.
Para os opositores, seria um risco grande ir às urnas agora – até porque Johnson tem chances reais de conseguir se manter no cargo.
No fim, a principal saída honrosa para o Governo neste momento é um improvável acordo com a União Europeia. Os próximos dias devem ser dedicados a esta possibilidade – tendo a fronteira da Irlanda como questão central.
Atualmente a única chance real do Brexit ser de fato entregue no dia 31 de outubro é se Boris conseguir chegar a um entendimento com a Europa.
Não é impossível, mas parece bastante improvável.
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