De acordo com dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de incêndio neste mês de agosto na Amazônia foram quase o triplo do registrado no ano passado.
Até este sábado (31), foram registrados 30.901 focos, ante 10.421 em agosto do ano passado – alta de 196%. O total de focos também supera a média histórica para o mês, de 25.853, para o período entre 1998 e 2018. É ainda o mais alto desde agosto de 2010 – ano de seca histórica severa, que teve 45.018 focos.
Os incêndios estão espalhados por todo o chamado arco do desmatamento, que vai do Acre, passando por Rondônia, sul do Amazonas, norte do Mato Grosso e sudeste do Pará. A principal hipótese de especialistas é que queimadas estão ocorrendo para limpar o que foi derrubado antes.
Presidente alterou decreto
Na última sexta-feira (30) o presidente Jair Bolsonaro alterou o decreto que proibia as queimadas em todo o País durante o período da seca e abriu uma exceção para as práticas agrícolas fora da Amazônia Legal. O novo decreto presidencial, publicado em edição extra do Diário Oficial, permite a realização de queimadas em razão de “práticas agrícolas, fora da Amazônia Legal, quando imprescindíveis à realização da operação de colheita, desde que previamente autorizada pelo órgão ambiental estadual.
A medida alterou o decreto publicado pelo presidente um dia antes, na quinta-feira (29) e que havia proibido por 60 dias a realização de queimadas em todo o território nacional.
Governo não reconhece dados
O governo brasileiro não reconhece os números do INPE. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recentemente alguns dados divulgados pelo instituto sobre desmatamento contém informações antigas ou duplicadas. Ele disse que, por exemplo, ficou provado que a divulgação do número de 88% de aumento em junho “não existe, é mentira”.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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